É preocupante a forma extremista com que a Renamo tem se apresentado nos últimos tempos. Está a ser dura demais para com ela própria. Recusar participar de debate ou aprovação de uma determinada lei na Assembleia da República é uma coisa. Mas recusar assumir vagas de direito por lei é um exagero, pior na situação de um partido que debate-se com dificuldades de recursos para os seus quadros desenvolverem actividades políticas. A recusa de participar no processo de eleições autárquicas este ano é um erro gravissimo. Há quem essa autoexclusão prejudica. Certamente que só a própria Renamo.
A reflexão em curso induz-nos a acreditar que não se trata de uma iniciativa genuina da própria Renamo. Faz-nos crer que há uma força estranha infiltrada nas próprias fileiras da Renamo. E isso em relação a Renamo já não nos é novidade. A traição no seio da Renamo vem desde as primeiras eleições gerais em Outubro de 1994 e sucessivamente repetiu-se em quase todos pleitos. Muitos dos promotores da traição da Renamo acabaram saltando fora, foram criar seus próprios partidos e hoje disputam o mesmo espaço com a maior força da oposição política do país.
O AUTARCA – 27.05.2013