Uma
pessoa que deseja afirmar-se como honrada respeita a sua palavra e muito mais
um juramento, algo de sagrado. Fazer o contrário constitui um perjúrio. Uma
pessoa honesta não diz deliberadamente mentiras para enganar e extorquir
bens a terceiros. Isso constitui uma torpe aleivosia. Há por aí um personagem
que se embebeda ou se droga na contemplação do seu umbigo e vive de alucinações
narcísicas.Não menciono contos, mas realidades que vivemos cá pela nossa terra.
O nosso Narciso deu ordem aos deputados eleitos pelo seu partido para não tomarem posse. Eles, pura e simplesmente entre a obediência e as alcavalas, optaram por mandar passear o chefão e todos se instalaram nas suas poltronas de deputados. Agora um novo grupo, proibido de se candidatar às autárquicas, decidiu largar o alucinado, uns cinquenta em Maputo, segundo os jornais.
Existem na nossa fauna selvagem uns ilustres auto intitulados académicos, bem financiados por terceiros lá fora, que entendem pontificar sobre a paz, reconciliação nacional, etc.
Vejamos um pouco os factos e como soe dizer-se, vamos por os pontos nos is.
Fora de alguns países dilacerados no triste Médio Oriente não existem partidos espaldeados por organizações armadas. Em todos os países democráticos e sem regiões controladas por bandos armados de diversos tipos de traficantes, todas as armas estão registadas e os cidadãos que as possuem necessitam de uma licença estatal. Até nos Estados Unidos, ultraliberais nesta matéria, se busca limitar o direito ao uso e porte de arma, para se prevenirem mais desmandos e carnificinas.
Um deputado ao tomar posse jura respeitar a Constituição e a Lei. Cá na terra, quando se pertence a um grupo político herdeiro dos ultras do racismo e do colonialismo, entende-se que o juramento serve para se deitar para o lixo. Isso constitui um perjúrio, uma violação básica da honra, indignidade que fere irreversivelmente a honestidade que deve acompanhar um deputado ou qualquer pessoa de bem. Igualmente, as ameaças de recurso à violência, o uso da violência fazem parte dos crimes tipificados pelo Código Penal em vigência em Moçambique e em todos os países civilizados. Os deputados não se fazem acompanhar de jagunços armados até aos dentes, não atacam instituições públicas ou privadas, não capturam cidadãos, não fazem deles reféns.
Estes comportamentos de meliantes merecem cadeia.
Não compreendo que gentes que se dizem pensantes e se pretendem académicos não defendam o bom senso e a segurança das pessoas.
Quando um bandido nos aponta uma arma e exige a nossa carteira, chaves do carro e celular, claro que o diálogo não existe. Fora do perigo corremos à polícia denunciar o crime e só ficamos satisfeitos quando o patife se encontra por trás das grades.
Dizem que há que dialogar com os bandidos armados. Dialogar o quê?
1. Libertar os malandrins presos.
2. Dar-lhes dinheiro.
3. Partilhar o poder, sem eleições, o que significa partilhar as receitas do Estado.
4. Dar-lhes dinheiro sob a forma de concessões mineiras, o chefe faz por aí umas explorações pessimamente geridas de pedras preciosas e semipreciosas, mas não partilha com ninguém.
5. Negociações com mediações de toda gente e mais alguém e pagar as deslocações, hospedagens e per diem.
6. Dar-lhes dinheiro.
7. Devolver as armas que entregaram às Nações Unidas.
8. Dar-lhes dinheiro, pois já empunham mais armas.
Pergunto-me e como todos se não há limite à paciência, à tolerância para com a patifaria e se nos devemos submeter às exigências de bandidos e terroristas armados. Há lugar nos parlamentos para criminosos armados? Deixou de existir o crime de conspiração para delinquir? O AGP esgotou-se nas eleições de 1994. A Constituição e a Lei integraram as partes perenes, a Constituição e Lei votadas por todos os partidos.
As Forças Armadas já se tornaram apartidárias e o seu ingresso realiza-se quer por voluntariado, quer pelo sistema do Serviço Militar Obrigatório. Nas Forças Armadas em toda a parte do mundo os militares de carreira ficam desvinculados, passam à reserva e reforma ao atingirem o limite de idade, o número de anos fixado por lei, ou ainda por motivos da saúde. Ao fim de mais de vinte anos do AGP onde vamos buscar aqueles que um dos signatários recusou integrar? Ingressarem soldados com quarenta anos de idade, sargentos e oficiais analfabetos porque o chefe recusou que estudassem?
Todos queremos paz e tranquilidade, queremos trabalhar, descansar, divertirmo-nos dentro das normas e sem quaisquer ameaças de desordeiros armados. Defendamos a nossa paz contra os gangues armados.
Um abraço à honestidade e coerência,
Sérgio Vieira
P.S. Segundo li a EDM queixa-se que uma empresa que trabalha perto edifício da TVM cortou um cabo que alimentava uma parte da cidade.
Para além de pagar a reposição da obra, pergunto que compensação pagou essa empresa a todos os clientes da EDM que sofreram o prejuízo?
Pode cada um causar danos a terceiros e nada indemnizar por aquilo que as pessoas perdem e sofrem?
Pela seriedade e pela responsabilização de quem prejudica, o meu abraço,
SV
JORNAL DOMINGO