Segundo apurou a nossa Reportagem junto de alguns refugiados e requerentes de asilo, esta grave situação arrasta-se desde Maio findo.
“Estamos mal, muitos de nós temos crianças e dependemos grandemente do apoio alimentar dirigido, disponibilizado pelo Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) ” - contaram alguns refugiados.
Abílio Abuque, chefe da Saúde, Mulher e Acção Social e porta-voz do Governo do distrito de Rapale, confirmou à nossa Reportagem o atraso da canalização de alimentos para aquele centro.
“Confirmo que houve algum atraso no envio de comida para o Centro de Maratane, situação originada por questões internas dentro do ACNUR, pois houve mudança de oficial de programa e isso afectou, de certa forma, o curso normal das actividades mas o assunto já foi ultrapassado” - explicou Abuque.
Para além da componente alimentar, o ACNUR atrasou igualmente na canalização dos subsídios monetários (na ordem de mil meticais) destinados aos jovens refugiados que actualmente estudam em diversas escolas da província.
Os valores destinam-se a suprir as despesas de alojamento e outras de pequena monta.
“Também devo dizer que este assunto foi ultrapassado, não só afectava aos estudantes como também alguns colaboradores da Saúde e Acção Social em serviço no Centro de Maratane”-assegurou Abuque.
De referir que recentemente o ACNUR revelou que mais de 40 porcento dos refugiados e requerentes de asilo residentes na província de Nampula, tinham alcançado o auto-sustento nas áreas formal (emprego nalgumas instituições públicas devido às suas qualificações académicas) e informal (comércio e horticultura).
Segundo estatísticas oficiais, vivem actualmente no Centro Nacional de Refugiados e Requerentes de Asilo de Maratane, localizado no distrito de Rapale, mais de 8 mil pessoas, maior parte delas provenientes de países dos Grandes Lagos.