Religiosos preocupados com a tensão na região centro do país.
O Governo já reagiu à proposta da Igreja Católica. Gabriel Muthisse, membro da delegação do governo no diálogo com a Renamo, disse que o envolvimento de outras figuras dependerá do evoluir do diálogo
A Igreja Católica em Moçambique defende que o actual modelo de negociações entre o Governo e a Renamo não é eficaz. O bispo auxiliar em Maputo, João Nunes, diz que as negociações devem ser lideradas pelos presidentes da República, Armando Guebuza, e da Renamo, Afonso Dhlakama.
O bispo auxiliar da Igreja Católica em Maputo, João Nunes, diz que as actuais equipas de negociações por parte do Governo e da Renamo não são capazes de desbloquear a tensão que se vive, actualmente, no país.
“Pela importância e urgência da situação, somos apologistas de que, mais do que utilizar delegações, seria importante que o diálogo fosse ao nível mais alto, ou seja, os dois protagonistas, sua excelência Presidente da República de Moçambique e Dhlakama que se encontrassem efectivamente. Acho que seria um gesto importante porque algumas questões iriam se suprir e ultrapassar”, sugeriu.
João Nunes considera que o que está a ser feito no país não é negociação, porque as delegações criadas têm ainda problemas de concertação e sabem apenas representar, sendo que levam muito tempo para tomarem decisões.
A Igreja Católica apela aos partidos políticos para que actuem pelo bem comum e não pelos interesses políticos. “Apelamos ao bom senso entre as partes. Dialoguem verdadeiramente, busquem consensos e procurem aquilo que une o povo. Tenham em conta, no diálogo, todo Moçambique, não olhem só as suas fracções. Parece-nos que cada um está a preocupar-se com o seu partido”, disse o bispo auxiliar em Maputo, João Nunes.
O PAÍS – 25.06.2013