Homens armados voltaram hoje a atacar viaturas, numa coluna escoltada pelo exército moçambicano, a 15 quilómetros de Muxúnguè, Sofala, centro do país, disseram à Lusa populares, numa ação atribuída à Renamo.
"Íamos perfilados numa escolta da polícia, de manhã, quando um autocarro de passageiros e um transporte de carga, do meio, começaram a ser metralhados. A coluna parou e a força seguiu os atiradores, mas tudo indica que ninguém foi detido", disse à Lusa Assamo Quizito, um camionista.
A circulação rodoviária na N1, no troço entre Save e Muxúnguè, "foi reaberta" no sábado, com trânsito apenas no período das 05:00 às 17:00, sob forte medidas de segurança, após ataques a cinco viaturas, duas das quais incendiadas, na manhã de sexta-feira, com um balanço de três mortos e vários feridos.
A medida surgiu como forma de evitar novos ataques, pelo que viaturas que seguem para o centro e norte são perfiladas no rio Save e para o sul em Muxúnguè, escoltadas em coluna por blindados e um contingente militar fortemente armada, numa distância de 100 quilómetros, o raio que a Renamo anunciou interditar a circulação desde a semana passada.
"Seríamos o grupo seguinte a ser escoltado quando nos chegou a informação que a coluna havia sido atacada. Então, transitar neste troço realmente fica mais complicado, com vidas ameaçadas. Agora, os polícias já vão distribuídos também entre os carros, ao invés de ficarem à frente, no meio e atrás da coluna", explicou à Lusa Celeste Manuel, uma passageira de um autocarro.
Em declarações por telefone à Lusa, Arnaldo Machowe, administrador de Chibabava, não confirmou o ataque de hoje, tendo remetido informações para o comando da polícia de Sofala. Em declarações à Lusa, Joaquim Nido, comandante da polícia de Sofala, confirmou o ataque, mas remeteu detalhes para mais tarde.
Ex-guerrilheiros da oposição Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) iniciaram uma ofensiva na sexta-feira na região do rio Ripembe, no distrito de Machanga, Sofala, centro de Moçambique, que já causou três mortos e seis feridos em ataques a seis viaturas que foram metralhadas e duas delas incendiadas.
Lusa – 24.06.2013