Um verdadeiro ensaio das futuras “Presidências Abertas”
- “A moageira foi comprada na RSA, custou 200 mil Meticais, é de tamanho médio, tem 6 cilindros, funciona a diesel e tem capacidade para satisfazer a população da zona de Santunjira, que vai deixar de percorrer longas distâncias para ter aquele serviço essencial” – chefe de mobilização da Renamo em Sofala
Naquilo que pode ser enquadrado como verdadeiro ensaio de preparação da postura a ter quando, um dia, alcançar o poder, a Renamo financiou e mandou instalar uma moageira de tamanho médio, no Posto Administrativo de Vunduzi, distrito da Gorongosa, província de Sofala.
No dia da inauguração, última quinta-feira, o convidado de honra foi o presidente desta formação partidária, Afonso Dhlakama.
Com pompa e circunstância, lá foi Afonso Dhlakama inaugurar a moageira, apesar de algum receio e medo que se poderia ler no semblante das cerca de 200 pessoas de Santujira que foi ver, in loco, a entrega da moageira, por sinal, a primeira financiada pela Renamo naquela zona. Na ocasião, Dhlakama ensaiou até um discurso de ocasião dizendo que a Renamo queria conviver pacificamente com aquela população. Dhlakama prometeu ainda mais apoios à população de Santujira.
A moageira, segundo a Renamo, custou cerca de 200 mil Meticais e foi adquirida na República da África do Sul.A moageira está instalada a mais ou menos 1000 metros (1 km) do actual santuário do líder da Renamo, em Santujira.
A gestão, segundo soube o mediaFAX, fica na responsabilidade da comunidade local que deve assegurar o seu abastecimento em combustível no sentido de mante-lo funcional a beneficio dos residentes locais. Assim, a comunidade deve fixar o valor a ser pago por cada utilizador.
Falando ao mediaFAX, a partir da Beira, o chefe de mobilização da Renamo, em Sofala, Horácio Calavete, disse que a moageira foi financiada através da contribuição dos membros da Renamo que recentemente visitaram Santujira.
Explicou que os militantes da Renamo, ao verem “o sofrimento do povo” decidiram contribuir o pouco que tinham para a compra da moageira.
“Aquilo se enquadra na responsabilidade social da Renamo.
Os nossos militantes viram o povo a sofrer e decidiram contribuir e comprar aquela moageira”-apontou Calavete para depois assegurar que “acções do género brevemente deverão acontecer em Marínguè, Chemba e Inhaminga, onde as populações percorrem longas distancias para ter acesso a uma moageira”.
Calavete descreveu ainda que “a moageira é de tamanho médio, tem 6 cilindros e tem capacidade para satisfazer as necessidades da população local em termos de moagem de milho e mapira”. A previsão inicial era que a moageira fosse inaugurada no início do mês mas “questões organizacionais adiaram a cerimónia”.
MEDIA FAX – 23.07.2013