A
embaixadora dos países baixos em Moçambique, Fréderique de Man, manifestou
hoje, em Maputo, a sua preocupação em relação a tensão política e militar que
se vive, no país, por desencorajar investimentos.
Ela assim se pronunciou durante a sessão de abertura da plataforma de diálogo
do Conselho Nacional de Eleições (CNE) e partidos políticos.
“Custa-me acreditar que depois de 21 anos de uma paz conquistada com muito
sofrimento, o povo moçambicano sinta-se ameaçado pelo medo de um possível
retorno a um conflito armado. Tenho constatado das pessoas ao meu redor como
estas tensões trouxeram de volta às suas memórias traumas causados pelo conflito
armado”, afirmou a diplomata.
Ela disse que, nas últimas semanas, a embaixada do seu país em Moçambique recebeu as maiores empresas de gás e marítimas da Holanda e a própria Ministra dos Recursos Naturais da Holanda, facto que a deixou, segundo disse, com uma mistura de sentimentos pois “enquanto falamos de investimentos e oportunidades de negócios, por outro lado as pessoas já não se sentem seguras de transitar pelas estradas como é o caso da nacional número 1, devido aos ataques de Muxúnguè”, sublinhou Fréderique de Man.
Para De Man, o estado em que se encontra o país coloca uma grande responsabilidade aos partidos políticos, no sentido de reflectirem sobre as consequências que este tipo de actos pode causar.
“É com estas palavras que pretendo apelar aos partidos políticos aqui presentes para a humanização do actual diálogo em busca de soluções para a tensão política que hoje se vive no país”, afirmou a embaixadora.
De Man disse estar a acompanhar atentamente o diálogo entre o Governo e a Renamo e que recebeu com satisfação a informação de alguns progressos.
O encontro de hoje contou com a participação do partido governamental, a Frelimo, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), a mais pequena formação politica com acento no parlamento e vários partidos extra - parlamentares. A Renamo, o maior partido da oposição, não se fez representar.
ht/mz
AIM – 29.07.2013