A Renamo, principal partido da oposição em Moçambique, alertou terça-feira para o risco de aumento da tensão política e militar, com os disparos registados em Sofala, perto da região onde está aquartelado o seu líder, Afonso Dhlakama. “Houve tiros na sexta-feira, em simultâneo nas regiões de Piro (Gorongosa), Savane (Dondo) e Muxúnguè (Chibabava), alegadamente porque (o exército e polícia) estavam a fazer carreira de tiro, o que afugentou a população”, disse à Lusa Horácio Cavalete, responsável da mobilização da Renamo em Sofala.
“Ao que sabemos, o tiroteio visava afugentar a população para se preparar o bombardeamento das regiões onde se pensa que esteja a Renamo. Mas, nesse caso, haverá uma resposta à medida”, acrescentou o responsável, apelando um bom senso dos intervenientes para não “minar a paz”. O Governo, dirigido pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e a Resistência Nacional de Moçambique (Renamo), tem estado num impasse político, por falta de consenso na legislação eleitoral, já que a oposição exige paridade nos órgãos eleitorais.
O diferendo, que levou ao boicote da Renamo às eleições autárquicas de 20 de novembro deste ano e as gerais de 2014, já levou à realização de ataques militares no centro de Moçambique que já causaram vários mortos e feridos. Na segunda-feira, a Renamo e o executivo voltaram a se reunir, já na 12ª ronda negocial entre as duas partes, além de preparar o encontro entre o Presidente de Moçambique, Armando Guebuza e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, ainda sem data e local.
Contudo, a Renamo assegurou ter já criado brigadas que estão a trabalhar na sensibilização da população, afugentada por tiroteio do exército e da polícia nas três regiões de Sofala, para garantir uma “vida digna e sem medo” aos residentes.
Entretanto, a polícia em Sofala não reagiu às acusações da Renamo.
LUSA – 24.07.2013