- No global, a abstenção no registo eleitoral fixou-se em 15 por cento
- Felisberto Naife, diz que se houver um novo comando legislativo resultante de um possível acordo político entre o governo e a Renamo, ao STAE cabe apenas cumprir
O STAE (Secretariado Técnico da Administração Eleitoral) divulgou na manhã de ontem, os números definitivos do processo de registo eleitoral no âmbito da preparação dos futuros pleitos eleitorais, a começar das autárquicas de 20 de Novembro próximo.
De acordo com os referidos números, o nível de abstenção ao recenseamento eleitoral que esta semana terminou nas 53 autarquias, fixou-se em 15%.
Estes números demonstram que a afluência aos postos de recenseamento superou expectativas nas últimas duas semanas, tendo em conta que, nalgum momento do processo, os órgãos eleitorais tinham reconhecido publicamente que não conseguiriam alcançar os 3.5 milhões de eleitores inicialmente previstos, mas sim, o alcance ficaria apenas 75 por cento deste universo.
Os resultados globais indicam que foram registados em todo o país 3,058,386 potenciais eleitores, o correspondente a 85% de todo o universo com idade eleitoral, até a data da votação.
Em termos desagregados, a provín cia de Tete sobressai como a que superou as iniciais em todas as áreas autárquicas, tendo atingido, no global, 120%.
Nesta província foram registados 163.426 eleitores contra os 135.808 inicialmente previstos, sendo 130% a média nas quatro autarquias, nomeadamente, Tete, Ulongue, Moatize e Nhamayabue.
Em termos de metas de eleitores a registar, Manica foi a segunda província com maior participação, tendo atingido 99.73% e níveis de adesão acima de 100% em todas as autarquias, com excepção de Chimoio, que recenseou 87.7% do uni- verso previsto.
Entretanto, Zambézia foi a província que menos adesão registou. No final, esta província recenseou 247.659, dos 384.266 eleitores que estavam previstos, o que representa um valor percentual de 64.4%.
A primeira leitura que sobressai na interpretação do baixo registo na Zambézia aponta o boicote eleitoral decretado pelo maior partido da oposição, a Renamo, como a verdadeira causa por detrás do fenómeno.
Aliás, sabe-se, Zambézia é a província que desde que o país entrou para o processo democrático em 1994 sempre mostrou-se avessa ao partido no poder, a Frelimo.
A província de Nampula, que 15 dias antes do fim do recenseamento indiciava vir a registar altos índices de abstenção, apresentou uma adesão considerável na recta final do processo, tendo fechado o ciclo dos 58 dias com um universo de 80%, o correspondente a 451463 potenciais eleitores.
O STAE dá por concluído o processo de recenseamento eleitoral mas admite que, caso haja uma nova ordem, até pode abrir uma nova ronda de registo.
“Se houver um requerimento de alguma das partes e esse for deferido pelo governo ou o parlamento, nós iremos cumprir com essa decisão”, disse Felis- berto Naife, Secretário-Geral do STAE, falando em conferência de imprensa em Maputo.(WM)
MEDIA FAX – 26.07.2013