Os bens são uma contribuição da Focus 21, um grupo empresarial liderado por Valentina Guebuza, que para a entrega deslocou-se àquele distrito, tendo testemunhado a distribuição dos artigos pelos beneficiários seleccionados.
Embora o apelo actual seja de alocação de materiais de construção, tal como chapas de zinco, barrotes, cimento, entre outros, a aposta daquela firma foi em tendas. Explicou-se que os abrigos são destinados a famílias de camponeses e são para servir de casa temporária nas zonas baixas de produção agrícola, devendo ser transportados para pontos altos em caso de ameaça de inundações.
Falando a jornalistas, a jovem empresária disse ter ficado sensibilizada pelo sofrimento dos residentes do Chókwè ainda no pico das cheias e começou a mobilizar os parceiros da Focus 21 naquela altura, no sentido de juntar alguma ajuda para as vítimas.
Acrescentou que a entrega efectuada na terça-feira, cuja cerimónia decorreu na Escola Primária do 1º Bairro, constitui o primeiro lote. Espera-se, ainda neste semestre, fazer mais duas doações às vítimas das cheias em outras regiões do país.
O donativo do Chókwè está avaliado em pouco mais de 100 mil dólares norte-americanos e provém da Focus 21 e seus parceiros nacionais e internacionais, segundo explicação de Valentina Guebuza. De salientar que o grupo tem interesses em diversas áreas de investimento, tais como comunicação, consultorias, logística e exploração mineira.
Jorge Macuácua, presidente do Conselho Municipal do Chókwè, disse que a oferta chegou em momento ideal e para as pessoas mais necessitadas, uma vez que estamos ainda no Inverno e os seleccionados perderam tudo com a água de Janeiro último.
“Este apoio é um grande gesto de solidariedade interna e vai para as pessoas que perderam tudo, sendo por isso muito importante”, disse.
Reassentadas 1400 famílias
Pelo menos 1400 famílias já foram reassentadas em Chinhacanine, no Guijá, Chihaquelane, Mazivila e na vila da Macia, de acordo com o edil, acrescentando que apesar da cifra há ainda muito por ser feito naquela vertente.
Disse ainda terem identificado com a UN-HABITAT uma zona no 6º bairro da cidade de Chókwè que após o parcelamento poderá acolher 1700 famílias, estando-se agora a trabalhar nos preparativos para a urbanização da área.
O presidente do município garantiu que a população está consciente da necessidade de abandonar as zonas de risco, pelo que se assiste uma grande procura de talhões em áreas altas da cidade.
A grande dificuldade é a obtenção de materiais de construção, razão pela qual Jorge Macuácua apela a todos para que ajudem as vítimas das cheias em chapas de zinco, barrotes, cimento, entre outros itens.
Entretanto, se a população comum está agora apreensiva em ter talhões e materiais, os cidadãos com posses empenham-se em ampliar as suas vivendas em altura, para que em caso de novas inundações possam albergar-se nos pisos superiores.
A ideia é evitar voltar a ficar nos telhados, tal como se assistiu no início do presente ano em diversos pontos do Chókwè.
- José Chissano