O Presidente moçambicano, Armando
Emílio Guebuza, foi condecorado hoje, em Maputo, a capital moçambicana,
Embaixador de Boa Vontade para a Saúde da Mulher e Criança, pelo Fórum das
Primeiras Damas Africanas contra o Cancro da Mama e do Colo do Útero.
A distinção ao título foi feita pela Directora-Geral do Fórum das Primeiras
Damas Africanas contra o Cancro da Mama do Colo do Útero, Princess Nikky
Onyeri.
A nomeação do Presidente Guebuza ao título de Embaixador de Boa Vontade para a
Saúde da Mulher e Criança ocorreu na sessão de abertura da sétima conferência
sobre o cancro do colo do útero, da mama e da próstata em África.
A atribuição do título visa reconhecer o envolvimento do estadista moçambicano
em iniciativas tendentes a preservação da saúde da mulher e criança no
continente africano.
Na sessão inaugural da conferência, Guebuza reiterou o compromisso do governo
moçambicano em dar acesso a mulher e a criança a programas sustentáveis de
combate ao cancro, uma das principais causas de mortes em África.
O líder moçambicano disse que apesar de haver constrangimentos de ordem financeira, o governo continuará a envolver-se em iniciativas visando prevenir o cancro da mama e do colo do útero e da próstata.
Definiu como um dos grandes desafios a melhoria da saúde da mulher, incluindo a redução da morbilidade e da mortalidade.
Explicou que dos três cancros, dois deles, o do colo do útero e o da mama, são entre os mais frequentes e que mais causam a morte de mulheres em várias partes do mundo, com destaque para a África.
Estima-se que, anualmente, são diagnosticados 92.600 novos casos, com 50 mil mortes em África.
Em cada 100 mulheres africanas com o cancro da mama, cerca de 54 morrem por esta doença, em resultado do diagnóstico tardio.
O cancro do colo do útero representa, a nível global, o segundo cancro mais comum nas mulheres.
Cerca de 85 em cada 100 novos casos e 88 em cada 100 mortes por esta doença, ocorrem em países em vias de desenvolvimento.
A África possui uma população de cerca de 275 milhões de mulheres, com 15 ou mais anos, que estão em risco de desenvolver o cancro do colo do útero.
Estimativas indicam que anualmente mais de 79 mil mulheres são diagnosticadas com cancro do colo do útero e, destas, mais de 62 mil morrem devido a esta doença.
Em Moçambique, pelo menos oito em cada 100 novos casos de todos os cancros em mulheres são casos de cancro da mama.
Em África, 275 milhões de mulheres estão em risco de desenvolver o cancro, situação que, de acordo com o estadista moçambicano, chama os governos africanos a reafirmarem o seu empenho, determinação e capacidade de resposta.
Ele referiu que o cancro de útero pode ser prevenido, o que implica o envolvimento da comunicação social e sociedade civil em campanhas de sensibilidade sobre a pandemia.
Guebuza sublinhou que é tarefa dos governos em África prosseguir com programas sanitários, incluindo de rasteiro, para debruçar-se sobre o cancro da próstata, um dos problemas de saúde que tem acometido cada vez mais homens nesta parte do globo.
A sociedade civil também desempenha o seu papel para a mudança de comportamentos sexuais de risco, tendo em vista a redução de infecções de transmissão sexual.
Como governos, de acordo com Guebuza, tem de se prosseguir com as acções visando a implementação de programas nacionais sustentáveis que integrem aspectos como a introdução da vacina contra o Vírus do Papiloma Humano (VPH) nos programas nacionais de vacinação já existentes.
Disse ser ainda papel dos governos prosseguirem com os programas de inclusão de intervenções de rastreio e tratamento de lesões pré-cancerosas, com abordagens de baixo custo, mas de alto impacto, e a sua inclusão em programas de saúde já existentes, virados para a saúde da mulher.
Guebuza enalteceu o papel das organizações da sociedade civil pela importância no aumento do conhecimento e consciência da população em relação a estas doenças, particularmente para os sinais e sintomas, permitindo um diagnóstico precoce da doença.
O estadista moçambicano encorajou a todas instituições a continuarem comprometidas com esta parceria contra estas e outras doenças.
Em nota de conclusão, Guebuza reiterou o compromisso do governo de Moçambique em garantir que os moçambicanos, em especial as mulheres e crianças, tenham acesso a cuidados de saúde de qualidade.
Participam da conferência, cujos trabalhos se prolongam até terça-feira, as primeiras Damas Africanas, Ministros da Saúde, representantes da União Africana (UA), Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), corpo diplomático acreditado em Moçambique, instituições de pesquisa e cooperação bilateral, Organização Mundial da Saúde (OMS), médicos, entre outros.
JD/mz
AIM – 22.07.2013