A CPLP foi criada há 17 anos como fórum multilateral privilegiado para o aprofundamento da amizade mútua e de cooperação entre os seus membros, sendo que a componente económico-empresarial viveu anos de letargia devido a vários factores.
Esta letargia contrasta, de alguma forma, com o potencial de alguns países-membros que são detentores de importantes reservas de petróleo e gás, nomeadamente Moçambique, Angola, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Brasil, para além de que a organização representa um mercado constituído por mais de 250 milhões de pessoas.
É ponto assente que chegou o momento do aproveitamento das vantagens competitivas de que cada um dos Estados-membros dispõe em termos de conhecimento para a geração do desenvolvimento integrado, utilizando os recursos disponíveis.
No seu discurso de abertura, o Ministro moçambicano da Indústria e Comércio, Armando Inroga, disse que as actividades que têm vindo a ser desenvolvidas demonstram a capacidade dos países para estreitar laços económicos, empresariais e políticos, estes últimos já com alguma tradição.
Referiu que no desenvolvimento de iniciativas nas áreas escolhidas deverá estar subjacente o objectivo de incentivar a cooperação empresarial através da identificação de projectos de interesse comum, aproveitando-se o bom relacionamento existente e a intensificação de contactos empresarias até aqui ténues.
Enquanto isso, o Presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Rogério Manuel, disse que a sua instituição compromete-se a trabalhar com o Governo e empresários para a materialização dos objectivos económicos e empresariais da CPLP e, por via disso, catapultar as economias dos Estados-membros da organização.
Por seu turno, o discurso do secretário-geral da CPLP, o embaixador moçambicano Murade Murargy, teve como tónica a livre circulação de pessoas e bens no espaço da organização, embora reconheça que se trata de matéria complexa, porque os Estados-membros integram diversos blocos regionais com políticas de migração diferenciadas.
Entretanto, o empresário Salimo Abdula foi eleito terça-feira para assumir, por um ano, o cargo de Presidente da Confederação Empresarial da CPLP, em substituição do também moçambicano Carlos Simbine.
Na ocasião Salimo Abdula disse que o desafio do momento é trabalhar para uma plataforma empresarial mais forte, o que passa pela melhoria do ambiente de negócios no seio dos Estados-membros.