Diz que o recenseamento eleitoral foi uma “burla”
- Os problemas técnicos dos primeiros dias, a recusa de recensear alguns eleitores mesmo com documentos autênticos e testemunhas, a presença nos postos de recenseamento de secretários do partido no poder ao nível dos bairros, o excessivo número de recenseados nalguns municípios (mais de 200 por cento) são “maquinações” inventadas pelos órgãos eleitorais para o benefício do partido no poder, segundo acusa o partido de Daviz Simango
A cidade da Beira acolheu das 8h30 até cerca das 20h30 deste domingo, a reunião da Comissão Política do MDM (Movimento Democrático de Moçambique), o terceiro maior partido da actualidade no país.
A reunião discutiu, essencialmente, dois principais pontos: a avaliação do recenseamento eleitoral que terminou a 23 de Julho corrente e a preparação dos candidatos para as autárquicas de 20 de Novembro próximo.
Em relação ao primeiro ponto, o MDM diz não ter dúvidas que o desempenho do STAE (Secretariado Técnico de Administração Eleitoral) é completamente negativo, tendo em conta que vários potenciais eleitorais viram goradas as suas expectativas e o desejo de se recearem para votar a 20 de Novembro. Entende o MDM que as responsabilidades em relação ao “fracasso” do processo de registo devem ser imputadas ao STAE, na medida em que este órgão não desempenhou o seu papel com profissionalismo e isenção.
Refere o MDM que é completamente incompreensível como é que o STAE, praticamente admitiu que os postos de recenseamento não funcionassem nas primeiras duas semanas, quando teve tempo para preparar o processo de registo dos eleitorais. A par desta situação, o MDM diz não ter dúvidas que a presença dos primeiros secretários da Frelimo nos postos de recenseamento foi uma acção que se concretizou em conluio com os agentes do STAE, tudo na perspectiva de preparar psicologicamente as pessoas a votarem na Frelimo, assim como impedir que potenciais eleitores que não fossem membros do partido no poder, não pudessem se recensear.
“E efectivamente muita gente não recenseou. Isto é crime” – disparou o porta voz do MDM, Sande Carmona.
Outro ponto levantado tem a ver com a “superação esquisita” dos números previstos nalguns municípios, onde se chegou mesmo a alcançar em um total de 4 municípios, mais de 200 por cento.
“Em condições normais, isto não é possível. Aqui, se estivéssemos num país sério e com as instituições a funcionar plenamente, alguém devia investigar isto”-exigiu.
Nomes dos concorrentes esta sexta-feira
O MDM assegura que vai lutar com todas as garras nos 53 municípios do país. Diz estar a preparar todas as condições para que o partido tenha uma participação positiva tendo em conta o facto de já ser detentor da experiência da gestão dos municípios da Beira e Quelimane.
“O povo moçambicano sabe muito bem como é que o MDM governa. Acreditamos que a postura que apresentamos na cidade da Beira e Quelimane em termos de capacidade de gestão da coisa pública, vai jogar a nosso favor” – disse Sande Carmona, mostrando-se confiante na obtenção de um resultado positivo nas autárquicas de 20 de Novembro.
(Constatino Andre, na Beira e redacção em Maputo)
MEDIA FAX – 30.07.2013