O SEU ACTUAL RÁCIO É DE 28,8% CONTRA 40,6% DA ÁFRICA AUSTRAL
Moçambique está abaixo da média da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) em 11,8%, no que respeita ao rácio crédito/Produto Interno Bruto (PIB).
Este tipo de rácios cresceu de 13,2%, em 2005, para 28,8%, em 2012, contra a actual média da SADC que é de 40,6%, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Contudo, esta instituição sublinha que o aprofundamento financeiro em Moçambique tem aumentado com a rápida expansão da banca, tendo o número de sucursais de instituições de crédito crescido de 228, em 2005, para 502, em 2012.
A proporção de adultos com uma conta bancária aumentou para 20%, em 2012 e que no final deste período, o sector era constituído por 18 bancos, nove micro-bancos, sete cooperativas de crédito, 11 instituições de poupança e crédito e 202 operadores de microcrédito, para além de uma instituição de moeda electrónica e 3051 agentes de serviços bancários móveis.
Realça o FMI que o sector permanece “concentrado e não competitivo”, pois cerca de 85% dos activos do sistema bancário são detidos por três maiores bancos comerciais e que quase 80% das agências bancárias e multibancos estão localizadas nas zonas urbanas, das quais cerca de metade na cidade de Maputo.
Índice de inclusão financeira
O FMI observa, contudo, haver sinais de maior inclusão financeira nos últimos anos, em parte devido à expansão da rede de sucursais e melhorias no acesso às telecomunicações e electricidade.
Estudos recentes feitos pelo Banco de Moçambique (BM) indicam haver uma tendência ascendente, no geral, mas comassimetrias regionais no que respeita ao Índice de Inclusão Financeira (IIF), pois este cresceu de 9,2%, em 2005, para 13,1%, em 2012, justificado pelo surgimento dos serviços bancários móveis, em 2011.
Nos finais de 2012, a cidade de Maputo tinha um índice muito elevado de 91,8% de instituições financeiras em funcionamento, enquanto o acesso ao crédito noutras regiões permaneceu muito reduzido e a situação continua preocupante, particularmente, para as pequenas e médias empresas.
A preocupação surge apesar das taxas de juro dos empréstimos estarem a cair gradualmente, “mas permanecem ainda assim elevadas” e o crédito continua enviesado a favor das famílias com rendimentos médios e altos e à custa dos sectores produtivos como a agricultura e indústria.
Refira-se, entretanto, que o índice de inclusão financeira, tal como definido no estudo do BM, mede o nível de acesso e o uso de serviços financeiros formais numa escala de 0 a 100 pontos.
(F. Saveca)
CORREIO DA MANHÃ – 30.07.2013