Iniciada que está a contagem regressiva no recenseamento eleitoral, cresce entre os nacalenses, e dos moçambicanos em geral, a consciência da necessidade de se inscrever para poderem exercer o seu direito de votar no dia 20 de Novembro de 2013.
Parece que os choramingos das várias vozes que lamentavam a fraca adesão dos potenciais eleitores aos postos de recenseamento estão a surtir efeito. Enquanto aguardamos pela actualização das estatísticas oficiais, os nossos olhos nus não nos deixam mentir.
As filas estão a abarrotar. As instituições estão a dar folga aos funcionários para que possam ir recensear, as pessoas pacatas das comunidades mobilizam-se em cada conversa para irem recensear, e esta a ser bonito de se ver...
Era preciso convidar Stewart, Aly Faque, Antoninho Maengane, Cuca, só para falar em artistas, além de outras figuras influentes de outras áreas, cada uma dando o seu pathos, athos ou ethos para a causa da cidadania.
Com as enchentes veio outro problema, pelo menos aqui em Nacalaporto. As pessoas estão a pagar para recensear.
Fazendo uso do seu secular hábito caprino, corruptores e corruptos se enrolam em esquemas a céu aberto, mesmo à boca das máquinas de recensear, não escondendo a nota que, esguia, passa de mão para mão, ou seja, daquele que não tem paciência para aturar filas longas e pede um favorzinho ao brigadista que, como regem as normas, não há-de recusar "mais algum".
-Chefe, tenho pressa, preciso de ir ao serviço, podes-me despachar, pá? Moçambicano que se preze, seja mais ou menos honesto, adivinha facilmente o desfecho desta conversa. É como uma cartilha.
Está a acontecer isto, pelo menos em Nacala.
O NACALENSE – 11.07.2013