A província central de Manica, no centro do país, já está a exportar carne bovina para Europa e Médio Oriente, depois que foi concluída a instalação, na região de um matadouro industrial, único daquela dimensão, em Moçambique. Euan Kay, director executivo da Agriterra, proprietária da
MozBife, empresa que se dedica a criação, abate e processamento de carne bovina e caprina, em Manica,disse que uma tecnologia de ponta já foi montada no matadouro para responder às exigências de qualidade impostas pelos países destinatários.
Para além do matadouro daquela dimensão no país, a MozBife já montou quatro laboratórios através dos quais vai processar carne com padrões de qualidade para os mercados mais exigentes de qualquer país para onde quer que seja exportada. A fonte explicou que o mercado para os produtos da MozBife está garantido. Para além do consumo interno, em que aquela empresa disse privilegiar os mega-projectos, sem descurar o mercado doméstico, a MozBife pretende alcançar a Arábia Saudita e Dubai, na Ásia, para além do mercado europeu. O matadouro, que já entrou em funcionamento em Setembro último, tem a capacidade para abater 200 cabeças de gado bovino e cerca de 600 caprinos diariamente, num investimento britânico avaliado em 4.5 milhões de dólares norte-americanos.
Paralelamente, Euan Kay anunciou que deverão ser montados talhos nas províncias de Sofala e Tete, no centro, e Maputo, no sul do país, destinados a abastecer os mercados locais com a carne da MozBife. Actualmente a MozBife tem um efectivo pecuário de cinco mil cabeças, nos 11.400 hectares destinadas ao pasto, reprodução, criação e engorda de bovinos, para o posterior abate. Deste efectivo, 700 cabeças de raça “beefmaster” foram importadas da África do Sul, para fomento. Numa outra iniciativa, a MozBife deverá fomentar a multiplicação de efectivos do gado na população circunvizinha do projecto, em várias regiões de Manica, visando o alívio a pobreza e no quadro da sua responsabilidade social. O gado fomentado será vendido a empresa. O grupo Agriterra, com investimentos na Libéria e
Serra Leoa, no norte de África, está igualmente a investir 40 milhões de dólares norte-americanos no ramo de farinação em Moçambique, através da Deca.
O PLANALTO – 23.07.2013