A Renamo, principal partido da oposição moçambicana, acusou hoje o Governo de ter "uma lista" de dirigentes do partido que quer ver presos como forma de fragilizar o movimento, mas a polícia considerou a acusação "uma mentira".
Moçambique vive a sua pior tensão política desde o fim em 1992 da guerra civil, que durou cerca de 16 anos e que opôs a guerrilha da Renamo (Resistência Nacional de Moçambique) e o exército governamental dirigido pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder desde a independência, em 1975.
Em comunicado distribuído à imprensa em Maputo, a Renamo acusou o Governo de ter elaborado uma lista contendo os dirigentes do partido a serem detidos, como forma de debilitar o partido no diferendo que trava com o executivo em torno da lei eleitoral.
"A Renamo está na posse de informações segundo as quais o Governo tem em vista a detenção dos seus quadros a vários níveis, sobre os quais já existe uma lista previamente preparada pelo Governo", diz a nota de imprensa, assinada pelo porta-voz do movimento, Fernando Mazanga.
O principal partido da oposição diz que a alegada perseguição por parte das autoridades não vai demover o partido de manter as suas exigências no litígio com o Governo.
As acusações da Renamo seguem-se à recente detenção de um influente comandante da antiga guerrilha do movimento, Jerónimo Malagueta, alguns dias após ter anunciado planos do partido de inviabilizar a circulação no centro de Moçambique.
Contactado pela Lusa, o porta-voz do Comando Geral da Polícia de Moçambique, Pedro Cossa desmentiu que esteja em curso uma acção visando prender dirigentes do principal partido da oposição.
"Mentira, simplesmente mentira", disse Pedro Cossa, não se alongando nos comentários sobre o assunto.
PMA // APN
Lusa – 19.07.2013