A RENAMO está reunida desde ontem até amanhã, em Satungira, distrito de Gorongosa, província de Sofala, no seu II Conselho Nacional, alargado às bases do partido, para avaliar a sua vida, além de discutir a situação sócio-económica e política, projectar o futuro e analisar um possível boicote as eleições autárquicas de 20 de Novembro próximo e gerais de 2014.
O encontro vai igualmente discutir os ganhos do partido com o aquartelamento do seu líder, Afonso Dhlakama, desde Outubro do ano passado, no antigo quartel do ex-movimento armado, na Serra da Gorongosa, e avaliar o relatório da sua delegação no diálogo politico com o Governo.
Numa das passagens do seu improviso, Afonso Dhlakama deu um prazo de uma semana para que se chegue a uma solução, no diálogo com o Governo, ultrapassando-se o impasse político-militar que culminou já em violentos ataques no centro do país. Recorde-se que os ataques da Renamo resultaram já na morte de civis, destruição de bens para além do assalto a um paiol das Forças Armadas de Defesa de Moçambique no Dondo.
O líder da Renamo acrescentou que a 14ª ronda de diálogo, marcada para o dia 5 de Agosto, deve demonstrar avanços, caso contrário não se vai curvar àquilo que chamou de “manobras do Governo".
De notar que este discurso incendiário contaria todo o esforço e resultados quem têm vindo a ser alcançados, nos últimos dias, no dialogo politico em Maputo.
“Vamos dar um ponto final. Se a Frelimo continuar a brincar como tem feito, então a partir da próxima semana deve demonstrar que quer negociar. Se a Frelimo não quer negociar, também não vamos ajoelhar, vamos resolver sem que haja negociações”, disse sem deixar claro o que efectivamente pretende fazer.
Dhlakama reiterou, no entanto, o não retorno a guerra, defendendo o uso de meios pacíficos para a solução do diferendo.
“Não iremos disparar e nem haverá manifestações”, sublinhou.
Cerca de 300 delegados e convidados participam na reunião.