Revisão do Pacote Eleitoral
O Governo e a Renamo não alcançaram entendimento ontem, reunidos na XII ronda do diálogo. As partes partiram para o encontro com agendas diferentes, segundo as partes deram entender no final do encontro. Enquanto a Renamo esperava que no encontro de ontem fosse alcançado acordo político sobre o Pacote Eleitoral, o chefe da delegação governamental, o ministro da Agricultura, José Pacheco, disse no final do encontro que o Governo trazia na XII ronda os pontos de insistência sobre o desarmamento da Renamo, o encontro entre o presidente da República, Armando Guebuza, e o presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, bem como o encerramento das actas pendentes.
Segundo deu a conhecer José Pacheco em declarações à Imprensa, nesta sessão a Renamo manteve o seu posicionamento anterior acerca do desarmamento dos seus homens e o encontro entre o PR e o líder da Renamo.
Pacheco disse, por outro lado, que a Renamo finalmente assinou as actas da quinta e sexta rondas que eram as problemáticas. “É um grande passo que demos hoje”, disse José Pacheco, concluindo que “mais de 90 por cento da proposta da Renamo, o Governo concorda”.
Sobre as actas da sétima e a nona ronda, ainda de acordo com o ministro, a Renamo solicitou tempo para ir analisar.
Renamo fala de “fracasso”
Por sua vez, também em declarações à Imprensa no final da sessão desta segunda-feira, o chefe da delegação da Renamo, o deputado Saimone Macuiana, disse que o encontro ficou reduzido ao fracasso.
“Queremos dizer que a Renamo veio para esta décima segunda ronda com a esperança de que os pontos principais da matéria sobre a legislação eleitoral seriam adoptados pelas partes. Na verdade, isso não aconteceu”, lamentou Saimone Macuiana A Renamo acusou o Governo pelo fracasso desta ronda, por não ter levado em consideração os principais pontos sobre a composição da Comissão Nacional de Eleições (CNE) e do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE) que para aquele partido “são pontos basilares em toda a discussão sobre a legislação eleitoral”.
“Não houve avanços significativos. Ficou-se reduzido ao fracasso”, acrescentou Macuiana, confirmando no entanto que a Renamo assinou as actas da quinta e sexta sessões porque foram reformuladas “não nos termos que o Governo tinha redigido”. (Bernardo Álvaro)
CANALMOZ – 23.07.2013