Cerca de 6,4 milhões de eleitores zimbabueanos vão às urnas no dia 31 de julho para escolher o novo Presidente, entre dois principais rivais: o atual chefe de Estado, Robert Mugabe, e o primeiro-ministro, Morgan Tsvangirai.
Robert Mugabe, 89 anos, vai concorrer como candidato mais uma vez pela União Nacional Africana do Zimbábue - Frente Patriótica (ZANU-PF, sigla em inglês), partido que dirige o Zimbabué desde a sua independência, em 1980.
Morgan Tsvangirai, 61 anos, líder do Movimento para a Mudança Democrática (MDC), tornou-se primeiro-ministro no quadro de um entendimento político pós eleitoral de 2008, umas eleições marcadas pela violência contra apoiantes do maior partido da oposição.
O Zimbabué formou um Governo de Unidade Nacional, para evitar uma guerra civil após onda de violência que eclodiu nas eleições de 2008, entre a ZANU-PF e o MDC.
No entanto, uma nova Constituição, que entrou em vigor no início do ano, acabou com o cargo de primeiro-ministro, ocupado por Morgan Tsvangirai, o principal rival de Robert Mugabe, com quem partilha o Governo há quatro anos e reduz poderes do Presidente da República, fortalecendo o papel do Governo e do Parlamento. Também limita o número de mandatos do Presidente para dois, de cinco anos cada.
A campanha eleitoral no Zimbabué arrancou a 06 de julho, um dia depois de o Tribunal Constitucional local ter decidido validar a data de 31 de julho para a realização de eleições gerais, uma deliberação que contraria a vontade dos restantes partidos.
Este ano, a campanha eleitoral tem tido menos casos de violência fora da capital, depois dos vários confrontos que causaram mortes no último escrutínio.
A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), cuja presidência rotativa é detida por Moçambique, já havia exigido o adiamento das eleições, para a conclusão das reformas, que permitiriam limitar o papel dos militares na atividade política, além de corrigir alguns erros no registo dos eleitores.
Apesar do apelo da organização, o bloco regional africano enviou observadores, incluindo alguns moçambicanos, que integram a Missão do Fórum das Comissões Nacionais de Eleições da SADC e da União Africana.
Mas, na terça-feira, o vice-presidente da Comissão Eleitoral do Zimbabué (ZEC), Joyce Kazembe, assegurou aos observadores eleitorais que "as eleições serão credíveis, livres e justas" e que os órgãos eleitorais estão "prontos para as eleições".
MMT // VM
Lusa – 28.07.2013