Um 'capacete azul' da missão para a estabilização da República Democrática do Congo (RDC) morreu e outros três ficaram feridos em confrontos entre o grupo rebelde M23 e o exército congolês, apoiado pela ONU, informou quarta-feira fonte oficial. "A operação (de apoio às tropas congolesas levada a cabo pela missão da ONU para a estabilização da República Democrática do Congo - MONUSCO) ainda está em marcha. Um capacete azul morreu e três ficaram feridos", afirmou um dos porta-vozes das Nações Unidas, Farhan Haq, citado por agências noticiosas internacionais.
O mesmo responsável explicou que as forças armadas congolesas (FARDC) lançaram quarta-feira uma ofensiva contra as posições dos rebeldes do grupo M23 nos arredores de Kibati, a cerca de dez quilómetros a norte de Goma, a principal cidade da província do Kivu Norte, leste do país. A zona tem sido palco - há cerca de uma semana - de novos confrontos entre o movimento rebelde e o exército congolês.
As posições do M23, nas colinas de Kibati, eram utilizadas pelos rebeldes para "bombardear áreas povoadas", precisou o mesmo porta-voz da ONU, citado pela agência francesa AFP. As tropas congolesas utilizaram helicópteros, tanques e tropas terrestres. A operação das FARDC foi apoiada, em terra e no ar, pelas forças da MONUSCO, também por "capacetes azuis da brigada de intervenção", segundo a ONU.
Esta força é composta de 3.000 homens e tem como missão combater ativamente e desarmar os grupos armados do leste - sobretudo o M23.
No ataque contra as posições do M23 foram também utilizados helicópteros de combate e veículos terrestres pertencentes à dita brigada de intervenção, cuja intervenção inédita foi autorizada pelo Conselho de Segurança da ONU, em março passado.
A RDCongo está envolvida num frágil processo de paz desde a segunda guerra do Congo (1998-2003), que implicou vários países africanos e desencadeou o destacamento da maior missão de paz da ONU.
O movimento M23 é composto por soldados congoleses desertores e fiéis a Bosco Ntaganda, ex-chefe militar procurado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra e contra a humanidade.
Os rebeldes reclamam a plena aplicação de um acordo datado de 23 de março de 2009, que refere a sua integração no exército. Segundo peritos da ONU, o Ruanda e o Uganda apoiam o M23.
LUSA – 29.08.2013