OS estudos hidrológicos e geotécnicos, uma parte da ferramenta que vai condicionar o arranque do projecto da segunda fase da Hidroeléctrica de Cahora-Bassa (HCB), que consiste na construção da Central Norte destinada à produção de energia eléctrica para o abastecimento aos países dos Grandes Lagos, já se encontram concluídos.
O administrador da área técnica do Conselho de Administração da HCB, o engenheiro electrónico Gildo Sibumbe, que revelou o facto no passado dia 26 de Agosto ao nosso Jornal, assegurou que até ao final do ano em curso, serão terminados os estudos de impacto social e ambiental que proporcionarão à fase seguinte do projecto, que compreenderão os estudos de viabilidade técnica e financeira.
“Acreditamos que até ao fim deste ano, todos estes estudos já concluídos serão condensados para entrarmos na fase seguinte que é de estudos de viabilidade técnica e financeira do empreendimento” - referiu o administrador Sibumbe.
Entretanto, neste momento, a HCB está a executar obras de reabilitação dos nove descarregadores que compõem o sistema de descargas da sua barragem, cuja conclusão está prevista para o ano de 2015.
Os trabalhos, de acordo com a nossa fonte, visam essencialmente a modernização daquelas infra-estruturas para o melhoramento da sua performance e a sua operacionalização automática.
“Queremos montar um sistema mais forte e modernizado, onde podemos a partir da central ou da subestação, controlarmos a remoto controlo o sistema das descargas da barragem sem que necessariamente nos desloquemos ao paredão como tem acontecido até ao momento” - assegurou Gildo Sibumbe.
Até ao final do ano, conforme o administrador técnico da HCB, serão concluídos os processos de reabilitação de quatro dos nove descarregadores que compõem a barragem da HCB, cujo trabalho está em curso desde os finais de 2010.
Deste modo, para permitir o melhor prosseguimento do trabalho, a partir do dia 1 de Setembro próximo, a Hidroeléctrica de Cahora-Bassa, irá incrementar o caudal efluente de 1850 metros cúbicos por segundo para cerca de 3500 metros cúbicos por segundo, de modo a reduzir a cota da albufeira para criar um encaixe de água proveniente da próxima época chuvosa que já se aproxima.
“A redução da cota da albufeira vai permitir também a reabilitação do descarregador de superfície da barragem a arrancar, em princípio, no próximo dia 1 de Novembro do corrente ano” - apontou Gildo Sibumbe.
A empresa Hidroeléctrica de Cahora-Bassa, no Songo, está desde os finais do ano passado envolvido no programa de modernização da sua subestação por formas a dotá-la de mecanismos para melhoramento dos níveis de disponibilidade, fiabilidade e facilidade de manutenção da sua produtora.
DADOS TÉCNICOS DA HCB
De salientar que a HCB é uma empresa nacional de capitais maioritariamente moçambicanos com participação do Estado português, com actividade fundamental de produção, comercialização e transporte de energia hidroeléctrica.
O empreendimento, construído sobre o rio Zambeze, na garganta de Songo, distrito de Cahora-Bassa, em Tete, é actualmente o garante da maior parte da energia eléctrica consumida no território moçambicano, constituindo o grande impulsionador do desenvolvimento sócio económico e equilibrado do país, com maior destaque para a área rural.
A barragem da HCB, de formato de abóbada de dupla curvatura, com cerca de 303 metros de cumprimento e 171 de altura, constitui uma das maiores barragens hidroeléctrica do continente africano.
Aquela infra-estrutura está provida de órgãos de segurança e exploração constituídos por oito descarregadores de meio fundo e um de superfície automática. A barragem possui ainda, uma albufeira com 270 quilómetros de cumprimento e 30 quilómetros de largura e uma central subterrânea equipada com cinco grupos geradores de 415 MW cada, produzindo um total de 2075 MW.
Recentemente, o Presidente do Conselho de Administração da Hidroeléctrica de Cahora-Bassa, Paulo Muxanga, disse que a principal missão e aposta da sua administração é produzir, transportar e comercializar energia limpa de modo eficiente e sustentável, maximizando os benefícios para os accionistas e gerando riqueza para o país.
BERNARDO CARLOS
NOTÍCIAS – 29.08.2013