Empresários abandonam o País
- os que estão a ser violentados, esturpados, sodomizados e mortos não são pessoas virtuais, são cidadãos deste País que abdicaram de parte da sua liberdade para permitir que outros a usem para defenderem a sua existência, não aceitar isto é desvirtual o contrato social que se estabelece entre os munícipes e os órgãos que tutelam o poder e o exercem na condição primeira de garantir os direitos fundamentais do cidadão –
“Hoje muitos empresários estão a abandonar a sua actividade no País ou transferem as suas famílias para outros países que possa oferecer melhor segurança e conforto ou reduzem a sua actividade ao mínimo possível ou fazendo a deslocação das suas actividades para outros quadrantes”, segundo palavras de Lourenço Júnior, chefe da Bancada do Movimento Cívico Juntos Pela Cidade (JPC) na Assembleia Municipal
INSTABILIDADE POLÍTICA vs CRIMINALIDADE:
Empresários abandonam o País de Maputo (AM).
Falando esta semana em Maputo durante a XIVª sessão ordinária da Assembleia Municipal, Lourenço Júnior disse que a par dos raptos outros fenómenos foram acontecendo, “no início duma forma tímida e paulatinamente foi ganhando fóruns de verdadeiro terrorismo urbano que parecia assunto para ou ou de outros pois, na nossa memória apenas alguns lampejos deste assunto víamos e acompanhávamos via televisão ou telenovelas e filmes”.
Na opinião do chefe da bancada da JPC, “este fenómeno mostra o quanto ainda temos que trilhar para garantir a tranquilidade da ordem pública e a necessária paz que todos almejamos e que o Estado deve garantir”.
Aliás, “tentar escamotear a realidade dos factos, tentar transferir para responsabilidade do cidadão a ocorrência destes acontecimentos não é mais do que quem assim pensa querer eximirse da sua responsabilidade”, disse.
Segundo a fonte, “ os munícipes e os cidadãos deste Município têm o direito constitucional de serem defendidos e protegidos bem como as suas propriedades, olvidar a realidade é estar a vi ver num mundo virtual e ignorar os anseios das populações”.
G20
“Na verdade, o chamado G20 ou engomadores não foi e nem é uma recriação ficcionária dum qualquer lunático, é uma realidade que temos que enfrentá-la e encontramos formas de extirpá-la de uma vez por todas da nossa sociedade”, salientou Lourenço Júnior, acrescentando que “a existência destes grupos mais ou menos organizados de autênticobandidos, desumanos e cruéis levanta uma questão que nos parece partinente, a discussão ao redor do papel das autoridades locais, referimo-nos aos chefes de quarteirão, aos secretários de bairro e a chamada polícia comunitária”.
INOPERALIDADE DA POLÍCIA COMUNITÁRIA
De acordo com Júnior, “esta onda de assaltos, roubos e violações pôs a nu mais uma vez a inoperatividade das chamadas estruturas de Bairro principalmente da polícia comunitária, pois não foram elas que organizaram o povo para se defender, não foram elas que organizaram o povo para se defenderr, não foram elas que prestaram socorro e solidariedade às vítimas, não foram elas que desencadearam reacções de prontidão”.
Melhor, “os munícipes saíram à rua e duma forma espontânea, organizaram-se, prepararam-se e enfrentaram de peito aberto os malfeitores em defesa do seu quinhão, das suas vidas, das suas famílias, dos seus bens, da sua integridade física e da sua dignidade”; “aqui e ali com alguns exageros e certa intolerância o que causou vítimas inocentes, fruto desse vazio que existe na organozação dos bairros”.
ORGANIZAÇÃO
“Mais do que assobiar para o lado como tentaram alguns fazer ou desmentir factos reais é encontrar soluções duradoiras para os problemas”, disse, sublinhando que “mais do que tentar encontrar justificações para os factos ou encontrar explicações, embora seja matéria não só de análise política, é o também, embora sociológica e quiçá antropológica, o tempo e o momento aconselha o cerrar de fileiras e repensar a nossa estratégia e organizarmos porque este é um processo que nunca é nem será acabado mas de permanente mutação”.
Para o grupo cívico Juntos Pela Cidade, por diversas vezes foi solicitado a reflexão sobre o papel das estruturas do Bairro e da análise que se podia fazer sobre o cumprimento do Regulamento respectivo aprovado em 2011.
Porém, “tal pretensão nunca obteve anuência do Conselho Municipal nas vezes em que o assunto foi presente na agenda das reuniões plenárias da Assembleia Municipal e sistematicamente retirado com alegações díspares”.
Defendendo a discussão do assunto na Assembleia Municipal de Maputo Lourenço Júnior refere que “a razão primeira desse agendamento tinha um fim didáctico de discussão e análise crítica do papel desses órgãos do poder local”, ou seja, “quando propusemos fizemo-lo com o intuito de se fazer uma radiografia do que acontece nos Bairros, dos problemas que assolam os mesmos, da capacidade que existe ou não para se solucionarem localmente os problemas, da capacidade técnica e não meramente política dos responsáveis aos diversos níveis”.
PERFIL DAS ESTRUTURAS DE BASE
“Por diversas vezes nas nossas intervenções fizemos alusão ao facto de existiram na maior parte dessas estruturas pessoas sem o perfil adequado e da necessidade de se dar um salto qualitativo na organização administrativa dos bairros, seleccionando pessoas com conhecimento técnicocinetíficos para o exercício dessas funções”, disse, salientando, “a demanda nos distritos e nos bairros por serviços de qualidade, eficiência exigem quadros preparados, e definitivamente não é o caso dos actuais mau grado todo o esforço por estes desenvolvidos mas, as suas limitações são por evidentes bem notórios”.
(Victor Matsinhe)
VERTICAL – 30.08.2013