Isto Está Mesmo Mal...

À 5ª FEIRA

Por: Afonso Brandão

Vive-se o pior dos momentos. O Mundo jaz no poder iníquo --revela o Livro Sagrado. Nunca como agora, a sofreguidão materialista em desespero de causa estrebuchou tanto, a crise de valores éticos e morais foi tão acentuada e a desumanidade, em "crescendo avalanchista", contagiou quase tudo e todos. E a situação torna-se tanto mais grave, quando são as grandes figuras "reinantes" a anunciar o fim...

Assistimos impávidos ao que se passa em nosso redor: mata-se por tudo (crueldade superlativa); por pouco (marginalidade pura) e por nada ---que foi o que aconteceu há  dias, na Catembe, com o português «velho Cunha»  ---(negligência e outras futilidades terminadas e "ência"); rouba-se despudoradamente com argúcia (colarinhos brancos) e de forma desabrida (energumenidade impune); aceita-se a permissividade total no relacionamento interpessoal por mais sórdido que seja; aos "conquistadores" das turbas locais são-lhe (judicialmente) perdoadas ou inofensivamente suspensas as "dívidas"; os "poleiristas" desdobram-se em artimanhas para não serem relegados para outro poiso menos relevante os eternos pretendentes ao "trono" por inabilidade congénita, nem capazes são de imitar o dispositivo do "bloco" ao abrigo de estatuto e gabarito próprios,

"generaliza-se" proverbialmente para o hipotético aparecimento de cenários de impetuosidade guerreira cinicamente provocada; a classe estudantil prova a sua esmerada preparação física no lançamento de sapatos (lembrando o que aconteceu a um dos directores do FMI); a insegurança exibese, em directo e sem rede, por falta de segurança; os progenitores descartam-se das suas obrigações prioritárias; a corrupção atinge os 99,99%; os educadores (por opção) revelam a sua desproporcionada faceta vocacionada; as camadas mais jovens, entregues à sua sorte, são o que são...; as injustiças continuam a clamar pelo Direito que é facilmente ludibriado pelos hábeis contorcionistas de vários géneros que pululam no meio; a subsidio-de-pendência, o protagonismo balofo e o "chico-espertismo" ganham cada vez mais foros de notoriedade social reconhecida em Moçambique e, pasme-se, incentivada; «os salvadores da pátria», em vias de extinção, estão exilados na ilha; os pastores de profissão escolhidos milagrosamente sentem que o seu rebanho de crentes já  não lhes "passa cartucho", que  como quem diz «que se lixe esta merda toda!»; os profeta da desgraça já não têm graça nenhuma...; o cego a 50% continua a impor-se onde ninguém abre os olhos. E, enquanto a maioria (silenciosa) se desgasta em depressão agonizante, o deus-menor deste sistema de coisas --- pontapé na bola num rectângulo relvado de cento e tal metros de comprido ---não desarma!

Somos nós, os únicos responsáveis por este estado lamentável de coisas por inacção e/ou omissão acumulada; acabamos por isso mesmo por nos remeter à nossa acomodada pequenez mundana e exilámo-nos na nossa carapaça de indiferença perante o que nos rodeia; permitimos que outros decidam (mal) por nós; pactuámos, por laxismo e complacência, com «o sistema instalado» há 39 anos (...).

Estávamos à espera de quê? De quem é a culpa?! Sim, temos o que merecemos. Agora, nem o Nosso Senhor Jesus Cristo, o Misericordioso Alá ---ou o "curandeiro" Manhiça com "a graça" de todos os seus "espíritos" --- nos valem.

LIVRA!!!..

O AUTARCA – 29.08.2013