Ponte Maputo-KaTembe gera desentendimento
Ponte Maputo/KaTembe
A população do bairro Guaxene, distrito da KaTembe, amotinou-se ontem defronte da administração do Conselho Municipal, exigindo o aumento do valor das compensações das machambas que se encontram na área sobre a qual está a ser erguido o estaleiro, no âmbito da ponte Maputo-KaTembe.
São perto de 200 munícipes que terão de abandonar as suas machambas e, em troca, receberão valores que oscilam dos seis mil meticais aos 10 mil. Estas famílias não aceitam o valores estipulados pela edilidade. Dizem que o mesmo é insignificante, tendo em conta que as mesmas (machambas) são a sua base de sobrevivência.
Os moradores de Gauxene criaram uma comissão para negociar com a edilidade em defesa dos seus interesses, tendo emitido uma carta para a realização de um encontro entre a sua organização e o presidente do município. No entanto, no dia agendado, não foram recebidos, o que fez com que se revoltassem.
KaTembe dispõe de quase dois milhões de meticais para pagar compensações pelo espaço e cerca de quinhentos mil pelas culturas dos agricultores.
Para uma área de 300 metros o valor de compensação são 6.000 Mt e 10.000 Mt para 1.600 metros.
De acordo com a população, o processo de entrega das compensações não é transparente e duvidam da fórmula usada para calcular os valores.
Já o vereador do Conselho Municipal de KaTembe diz que o valor é fixado não pelo tempo, mas em função daquilo que existe no terreno.
Luís Matsinhe diz ainda que a edilidade irá atribuir outros terrenos para os populares desenvolverem as suas actividades agrícolas.
“A retirada das pessoas não visa deitá-las fora, terão alternativa para fazerem as suas machambas...”.
O PAÍS – 30.08.2013