Em Sofala
O secretário-geral da Renamo, Manuel Bissopo, acusou, ontem, o governo moçambicano de estar alegadamente a desenhar planos para sabotar infra-estruturas económicas nas regiões de Muxúnguè, distrito de Chibabava, e Satungira, em Gorongosa, na província de Sofala, supostamente para imputar responsabilidades àquele partido e, por outro lado, para impedir a comunicação entre os membros deste partido e o seu líder, Afonso Dhlakama.
“Nós entendemos que tentar dificultar a comunicação entre os membros da Renamo, incluindo com o seu próprio líder, não resolverá nada a favor do governo da Frelimo, pois nós temos várias formas de comunicação. A prova disso é que durante a guerra dos 16 anos não havia redes de telefonia móvel mas havia comunicação interna entre os nossos militares e até com a nossa delegação em Roma. Deviam estar preocupados em encontrar soluções saudáveis para as negociações em curso em Maputo”, disse Bissopo.
A acusação foi avançada na cidade da Beira, numa conferência de imprensa convocada para o efeito. Manuel Bissopo acrescentou que os principais alvos são antenas da Movitel, localizadas nas redondezas do quartel general daquele partido e em Muxúnguè.
“Caso idêntico foi registado no mês passado na região de Piro, distrito de Gorongosa, nas redondezas do nosso quartel general, quando um grupo das Forças Armadas e de Defesa de Moçambique fez-se passar por soldados da Renamo e assaltou duas viaturas, donde roubaram vários bens. Felizmente, uma das vítimas reconheceu os elementos da FADM e foi fácil dissipar o equívoco”, disse.
Para Manuel Bissopo, estes actos atentam contra a integridade económica, social e política. “Isto, se na verdade acontecer, vai criar um ambiente desfavorável à convivência, contrariando o ambiente são que se vive neste momento”.
O PAÍS – 28.08.2013