A Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, acusou hoje "indivíduos desconhecidos" de terem recorrido ao "vandalismo" para impedir a eleição do candidato do partido à câmara municipal de Nhamayabue, província de Tete, no centro de Moçambique.
Em declarações à Lusa, o porta-voz da Frelimo, Damião José, disse que "pessoas não ligadas ao partido" se aproveitaram do adiamento, no fim de semana passado, das eleições internas em Nhambuyabue, provocado pela necessidade de correção de irregularidades nos processos dos pré-candidatos do partido, para inviabilizar a realização das eleições internas, na quarta-feira.
"São indivíduos não identificados com o partido, que não têm nada a ver com o comportamento dos membros da Frelimo, que, por oportunismo e vandalismo, colocaram troncos à entrada da sede do partido para impedir a realização da eleição interna", disse o porta-voz da Frelimo.
O incidente, adiantou Damião José, acabou provocando o adiamento do escrutínio para hoje, sexta-feira, no qual foi eleito Alberto Salifo Amade candidato da Frelimo para Nhamayabue.
"Acabou tudo bem, o desfecho do processo foi aceite pelos candidatos não eleitos, que festejaram e felicitaram a eleição do camarada Alberto Salifo Amade", disse o porta-voz da formação política no poder.
Na sequência dos distúrbios, o município de Nhamayabue acabou sendo o último a conhecer o candidato da Frelimo às eleições municipais, dado que os restantes 52 candidatos do partido já eram conhecidos até quinta-feira.
As próximas eleições municipais moçambicanas estão agendadas para 20 de novembro e terão lugar em 53 municípios, dos quais 10 terão o escrutínio pela primeira vez, dado que ascenderam ao estatuto de autarquia em maio último.
O principal partido da oposição, Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), já anunciou que não vai participar nas eleições e irá inviabilizar a sua realização por discordar da atual lei eleitoral, alegadamente porque é favorável à Frelimo.
PMA // MLL
Lusa – 30.08.2013