DE ACORDO COM UMA PESQUISA DAS NAÇÕES UNIDAS
Muito mais de metade (65%) dos cerca de 24 milhões de moçambicanos vivem na indigência extrema, de acordo com um documento das Nações Unidas cuja cópia está na posse do jornal Correio da manhã.
A mesma fonte refere que Moçambique está entre os quatro países africanos com elevadas taxas de incidência de pobreza.
A expressão que os técnicos que compilaram o relatório que temos estado a referenciar usam é “incidência alta de falta de qualquer tipo de alimento em cada dia que passa”.
Lidera a vergonhosa lista a Etiópia (87%), seguida pela Libéria (84%) e em terceiro lugar está a Serra Leoa (77%), segundo a ONU no seu mais recente relatório sobre o Desenvolvimento Humano 2013.
O documento aponta que os países com maior índice de pobreza (privações em pelo menos 33% dos indica- dores ponderados) são a Etiópia e Moçambique com cerca de 65%, cada, no período entre 2007 e 2011, seguidos pelo Burkina Faso (64%), Senegal (59%) e Libéria (58%).
Apesar de possuir uma percentagem mais baixa de pessoas multidimensionalmente pobres, Moçambique apresenta a taxa de 0,512% por a mesma ser de maior intensidade de privação entre os países com dados disponíveis.
Sublinha a ONU que uma das principais prioridades do mundo é a erradicação da pobreza e da fome, como está preconizado no primeiro dos oito Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, cuja meta para 2015 consistia na redução para metade da percentagem de pessoas que vivem com menos de 1,25 dólar norte-americano por dia face aos valores de 1990.
Este objectivo foi alcançado três anos antes da data prevista, sobretudo devido ao êxito de alguns países populosos como o Brasil, onde a percentagem da população que vive com menos de 1,25 dólar por dia passou de 17,2% para 6,1%, a China (de 60,2% para 13,1%) e a Índia (de 49,4% para 32,7%).
O documento sublinha que, consequentemente, o número de pessoas pobres diminuiu consideravelmente, tendo só a China conseguido retirar da pobreza o extraordinário número de 510 milhões de pessoas.
(F. Saveca)
CORREIO DA MANHÃ – 30.09.2013