O líder da Renamo disse sexta-feira que está disposto a descolocar-se à capital do país para se encontrar com o Presidente da República, desde que “todas as condições de segurança estejam criadas”.
Afonso Dhlakama, que falava à Rádio Moçambique após encontrar-se em Satundjira, província de Sofala, com membros do Observatório Eleitoral, avançou mesmo que nesse encontro com o chefe do Estado, poderão ser abordadas todas as questões que estão a ser discutidas há mais de quatro meses no diálogo entre delegações do Governo e da Renamo, chefiadas pelo Ministro do Interior, José Pacheco, e Saimone Macuiane, deputado da Renamo.
Entre as questões destacadas por Dhlakama na entrevista transmitida ao logo deste sábado pela Rádio Moçambique, está a revisão pontual da Lei Eleitoral, a despartidarização das instituições do Estado, questões económicas e de defesa e segurança.
“Para não dizer que eu é que estou a negar, garanti (aos membros do observatório eleitoral) que estou disposto a ir a Maputo”, disse o líder do maior partido da oposição em Moçambique.
Próxima semana, ainda de acordo com Afonso Dhlakama, serão conhecidas as posições do seu partido quanto às propostas que o Observatório Eleitoral levou à até Satundjira visando solucionar o diferendo que opõe a Renamo e o Governo.
No passado fim de semana, Satundjira acolheu uma reunião da Comissão Politica Nacional da Renamo, na qual o impasse prevalecente no diálogo com o Governo mereceu atenção especial.
A Renamo, recorde-se, exige do Executivo um “acordo politico” para fazer passar a sua proposta sobre a matéria eleitoral na Assembleia da Republica, o que não é aceite pelo Governo.
O diálogo entre o Governo e a Renamo, que já vai na 20ª ronda, devido a esta exigência da Renamo, não logrou grandes avanços pelo facto de o maior partido na oposição em Moçambique não aceitar avançar para a discussão de outras matérias antes de se alcançar tal “acordo politico”.
Na última ronda, a 19ª, a Renamo voltou a insistir na necessidade da presença de facilitadores nacionais e observadores estrangeiros para se concluir o debate da matéria eleitoral, alegando que só depois de concluída a discussão desta matéria e que se poderá avançar para os pontos subsequentes.
RM – 07.09.2013