Com a criação de comissões militares pelo governo e pela Renamo os moçambicanos esperam que desta vez haja mais seriedade e consequências que tragam paz e sossego para a nação.
Por divergências políticas e natureza duvidosa não se pode condenar todo um povo a sofrimentos desnecessários.
Os moçambicanos têm direito a paz.
O que impede a assinatura de um acordo político entre o governo e a Renamo deve ser esclarecido com urgência.
Quando os políticos falham e não se encontram, todos os esforços em trazer o necessário desenvolvimento nacional fica adiado.
Ninguém tem o direito de coarctar o desenvolvimento do país com fundamentos que se relacionam unicamente com estratégias partidárias ou de grupos de cidadãos.
O que o país espera e precisa é de sinais fortes de convergência no que se refere aos aspectos essenciais que provocam crises e alimentam conflitos.
A cegueira que parece reinar num diálogo já muito prolongado deve ser abandonada não como favor que se faça aos moçambicanos mas como o assumir de uma posição patriótica.
É toda uma sociedade que deve chamar à razão estes políticos desavindos.
Este é o momento de ver as organizações da sociedade civil trabalhando naquilo que dizem com frequência ser sua agenda.
Basta de seminários e workshops anunciando resultados e objectivos se o principal está sendo ignorado e preterido em favor de interesses privados.
A ganância de uns não deve prejudicar todo um povo.
As justificações sempre oferecidas não colhem na medida que contrariam as possibilidades de se alcançar um consenso que traga a estabilidade e o fim de ameaças à paz.
Nosso país é mais importante do que as agendas combinadas da Frelimo e da Renamo. Isso é que deve contar ao fim do dia.
O que nos oferecem como fundamento de suas posições contraditórias é propaganda política escondendo a verdade.
Existe muita intolerância política enraizada em algumas mentes.
Os moçambicanos já acordaram e não acreditammais em “banha de cobra”.
Queremos todos a verdade limpa e nua sem subterfúgios ou agendas ocultas.
Somos um país suficientemente capaz e dotado de recursos para sustentar de maneira digna toda a sua população.
E os moçambicanos não são preguiçosos ou avessos ao trabalho.
O que está faltando se quisermos falar a verdade é uma tremenda falta ou ausência de liderança. Diga-se a verdade mesmo que seja indigesto.
Só a verdade e o reconhecimento de que somos moçambicanos com os mesmos direitos e deveres é que vai trazer entendimento fundamental e construtor da nação que todos queremos.
É da responsabilidade de Armando Guebuza e de Afonso Dlhakama chegar a um acordo que faça o país sair do “mar de dúvidas” e temores em que se encontra neste momento.
Alimentar falsas esperanças a todo um povo é crueldade.
Enquanto desenham manobras dilatórias prolongase o sofrimento injustificado de milhões de pessoas.
Quem é líder mostra isso nos momentos graves e não quando tudo são facilidades.
Queremos ter orgulho de nossos políticos e cabe a eles justificarem isso.
O AUTARCA – 23.09.2013