A GUINÉ-BISSAU precisa de começar a pagar 10,7 milhões de euros de ordenados em atraso nos sectores públicos da Educação e Saúde para evitar “convulsões sociais”, alertou ontem Huco Monteiro, coordenador da comissão estratégica do país.
Segundo escreve a Agência Lusa, a medida é uma das prioridades da proposta de Plano de Urgência para a Guiné-Bissau, entregue na última semana pela Comissão Nacional de Planeamento e Coordenação Estratégica ao Governo e que aguarda aprovação.
Entretanto, o documento foi ontem apresentado ao Presidente de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo, e ao representante especial das Nações Unidas na Guiné-Bissau, Ramos-Horta.
As dívidas e atrasos nos salários “podem servir de motivo de convulsões sociais nos sectores da Educação e Saúde”, alertou Huco Monteiro no final do encontro no Palácio Presidencial, em Bissau.
“As aulas devem começar dentro de um mês e ainda não temos dinheiro: estamos a dever cerca de sete bilhões de francos CFA (10,7 milhões de euros)”, referentes a “salários em atraso na Saúde e Educação”, referiu, baseado em dados apurados pelo Governo de transição.
O Sindicato Nacional dos Professores (SINAPROF) da Guiné-Bissau já ameaçou entrar em greve no arranque das aulas e alguns sindicatos do sector da Saúde admitem também convocar paralisações.
Monteiro considera as dívidas na Educação e Saúde como problemas que podem por em causa as “condições de paz e estabilidade” para realizar as eleições gerais agendadas para 24 de Novembro.
Ainda assim, disse estar esperançado na concertação de esforços entre as autoridades guineenses e os parceiros internacionais para começar a pagar os ordenados em atraso, tal como prevê o Plano de Urgência.
A proposta de Plano de Urgência para a Guiné-Bissau, elaborada pela comissão estratégica, está orçada em 24,7 milhões de euros e metade precisa de financiamento internacional, refere o documento que a agência Lusa divulgou na segunda-feira.
O plano aponta como medidas prioritárias, “mitigar a ameaça de fome derivada de uma má campanha agrícola, combater a epidemia de cólera, garantir transfusão de sangue 100 por cento segura e sanear o clima de tensão sócio-laboral reinante nos sectores da Educação e da Saúde”.
Para além do plano de urgência, este organismo criado em concertação com os parceiros de desenvolvimento tem como missão preparar a mesa de doadores que se seguirá às eleições gerais.
NOTÍCIAS – 19.08.2013
NOTA:
Foi para isto que Amilcar Cabral lutou por uma INDEPENDÊNCIA?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE