A União Europeia levantou o embargo que havia decretado em 2002 aos diamantes provenientes do Zimbabué como sanção contra o regime do Presidente Robert Mugabe, apesar de haver dúvidas sobre a transparência dos resultados eleitorais deste verão. Bruxelas já tinha suspenso a maioria das sanções impostas há 11 anos, mas manteve a classificação de 'persona non grata' ao Presidente do Zimbabué, e a mais dez personalidades daquele país. Os representantes dos 28 Estados-Membros da UE decidiram, por unanimidade, suspender as sanções restantes que ainda pesavam contra o Zimbabwe Mining Development Corporation (ZMDC), a entidade responsável pela comercialização de diamantes.
Esta decisão foi bem recebida pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da Bélgica, Didier Reynders, que considerou que a decisão agora anunciada "vai aumentar a transparência no comércio de diamantes provenientes do Zimbabué".
O governante saudou particularmente o facto de que esta decisão permite o retomar das exportações dos diamantes do Zimbabué para Antuérpia, considerada a capital mundial dos diamantes.
No interior da UE, a Bélgica tinha, durante anos, defendido um levantamento do embargo, perante a resistência do Reino Unido, que não quis fazer quaisquer concessões ao regime de Mugabe.
No poder desde 1980, Mugabe, atualmente com 89 anos, foi reeleito nas eleições este verão por mais cinco anos, mas há suspeitas sobre favorecimento na contagem dos votos e a oposição afirma que grande parte das receitas da venda de diamantes beneficia apenas os apoiantes do Presidente.
LUSA – 26.09.2013