Celebrações do 25 de Setembro em Quelimane: Um discurso
polémico com Força de Intervenção Rápida
A Força de Intervenção Rápida cercou manifestantes na Praça dos Heróis, em Quelimane, durante o discurso do presidente do Município, Manuel de Araújo, no âmbito da comemoração do dia das Forças Armadas de Defesa de Moçambique.
De acordo com a página do Facebook, "Quelimane para todos", os manifestantes eram membros e simpatizantes do Movimento Democrático de Moçambique (MDM). A FIR terá cercado os membros para impedi-los de aplaudirem Manuel Araújo que discursava.
"É importante que as (in)verdades, para não usarmos outras palavras, não tenham cariz de estado", salientou Manuel Araújo, na Praça dos Heróis, entre aplausos e assobios.
O Presidente gerou polémica ao dirigir-se a Joaquim Veríssimo, Governador da Zambézia, ao dizer que "uma (in)verdade dita em cerimónia do Estado, acaba por ser uma (in)verdade de Estado".
"Não podemos permitir que essas (in)verdades se repitam"
Araújo repudiou publicamante a história de Moçambique ensinada
nos livros escolares, ferindo a sensibilidade pública com palavras de retorno
ao colonialismo.
No final do discurso de Manuel Araújo, a FIR distanciou-se dos apoiantes do MDM. Já os apoiantes da Frelimo circularam sem qualquer impeditivo.
SAPO – 25.09.2013
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Confrontos entre polícia e MDM nas celebrações do dia de luta pela independência
A polícia camarária e membros do Movimento Democrático de
Moçambique (MDM), oposição, envolveram-se hoje em "violentos
confrontos" em Chimoio, Manica, no centro, durante a celebração do 49.º
aniversário da luta pela independência do país.
Os membros do MDM queixam-se de terem sido "brutalmente atacados" pela polícia camarária quando hastearam os símbolos do partido entre o público que assistia às cerimónias do "25 de Setembro", na praça dos heróis local. Ninguém ficou ferido.
Em declarações à Lusa, Winie Madrige, delegada política do MDM na cidade de Chimoio, disse não entender o ataque da polícia.
"Estávamos na cerimónia como um dia dos moçambicanos, e, de repente, a polícia municipal começa a arrancar as bandeiras e a vandalizar os membros do MDM. Não entendemos porque nos estão a impedir de participar do evento", disse.
"O MDM pode responder com a mesma força usada contra os seus membros aqui, mas não estamos para causar distúrbios, porque simplesmente viemos participar da cerimónia", acrescentou Winie Madrige, exibindo o convite enviado para o partido.
O comandante da polícia camarária de Chimoio, Edgar Rodrigues, recusou-se a tecer qualquer comentário em torno do incidente.
Contudo, uma fonte policial assegurou à Lusa que o "ataque resulta da quebra da postura" municipal, ao "içar bandeira em cerimónia pública do Governo".
Após o incidente, os membros do MDM foram obrigados a retirarem-se da praça, para "evitar distúrbios" nas cerimónias, orientadas pelo ministro da Defesa Nacional, Filipe Nyusi, na presença de quadros das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) e da governadora de Manica.
Lusa – 25.09.2013