O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, reiterou hoje em Chimoio, Manica, centro de Moçambique, o "repúdio da divisão" do país, para "não abalar as conquistas" dos 21 anos da paz.
"As ameaças à paz devem ser a todos níveis condenadas com veemência por todos nós. A expectativa de dividir o nosso povo, porque constitui uma ameaça à paz e à unidade nacional, deve igualmente ser condenada", destacou Armando Guebuza, em alusão à "tensão" político-militar que se vive no centro de Moçambique.
A Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), maior partido da oposição, acusa de "intransigente" o governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), e desde abril iniciou "ofensivas", com ataques a viaturas, ao longo da EN1, a principal estrada que liga o sul e norte do pais, que já resultaram na morte de militares e civis.
Em recados à oposição, Armando Guebuza afirmou: "Nós, os moçambicanos, não podemos ser condicionados a interesse de indivíduos ou grupos de indivíduos. A proposta de alteração de qualquer dispositivo de quadro geral vigente deve ser feita no contexto regido pela própria lei, e ninguém tem o direito de agir fora das normas que norteiam um estado de direito e democrático como nosso".
Falando hoje na abertura do IV Festival das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), Armando Guebuza, lembrou os numerosos ganhos conseguidos pela conquista da Paz, admitindo que a sua ameaça se vai reflectir na "implementação da agenda de luta contra a pobreza".
Os festivais, disse, foram lançados para "galvanizar as FADM para novas batalhas", como forma de celebrar um Moçambique livre e independente, além de desenvolver seu potencial artístico, cultural e económico.
Já o ministro da Defesa nacional, Filipe Nyusi, disse que o IV festival reitera o compromisso com a "consolidação da unidade nacional, do patriotismo e da paz", o lema do evento, como valores "sublimes" a serem cultivados por moçambicanos.
Ana Comoane, governadora de Manica, enalteceu o apoio militar na assistência a doentes nas unidades sanitárias de Chimoio e Vanduzi, alem da sua pronta intervenção em tempo útil, para salvação de vidas humanas, nas últimas cheias registadas este ano.
Depois do III festival, em 1983, a situação geo-politica nacional e regional "ditou o realinhamento das prioridades das Forças Armadas, com impacto directo nos festivais culturais e desportivos, sendo que Chimoio acolhe deste modo a reactivação dos eventos, que deverão decorrer de dois em dois anos, disse à Lusa fonte da organização.
Cerca de 500 crianças oriundas de escolas dos arredores do batalhão independente de Chimoio desenharam a palavra "PAZ", na abertura do festival, que conta com a participação de adidos de defesa acreditados em Moçambique, e outros convidados de Tanzânia, Malaui e Zimbabué, este último cuja selecção militar de futebol devera defrontar a anfitriã.
AYAC // CC
Lusa – 21.09.2013