A Renamo, principal partido da oposição em Moçambique, descreveu como "crítica" a situação no município de Tete, capital da província com o mesmo nome, no centro do país e onde existem dos maiores depósitos mundiais de carvão.
"Se fosse para eu dar uma nota em relação ao desempenho do atual elenco municipal, eu daria zero porque não tenho visto melhorias neste município", acusou o porta-voz da Renamo na assembleia municipal, Evaristo Sixpence, em declarações à Lusa.
O dirigente enumerou as estradas "esburacadas", a cidade "suja e com muito lixo", sem balneários públicos, e pequenas pontes "que desabam", para descrever a situação na cidade, governada pela Frelimo, partido no poder em Moçambique.
Sixpence denunciou que o fundo para a redução da pobreza urbana está a ser para "amigos e para aqueles que apresentam o cartão do partido Frelimo".
O porta-voz da Renamo disse "lamentar a situação da população" no acesso à terra, para construção de habitação, um bem escasso numa zona procurada por pessoas de todo o mundo, atraídas pelos megaprojetos no carvão.
"Enquanto o moçambicano leva um ou mais anos para ser concedido terreno pelo conselho municipal, devido à corrupção existente naquele setor, os nigerianos e chineses em um dia têm tido terrenos", disse Sixpence.
Mas, em declarações à Lusa, o porta-voz da bancada da Frelimo na assembleia municipal de Tete, Ofélio Jeremias, fez uma avaliação positiva dos dois últimos mandatos do seu partido no município.
Ofélio Jeremias referiu que as promessas feitas pelo atual elenco foram cumpridas "em mais de noventa por cento" e que "o desempenho da edilidade é satisfatório em todas as áreas"
As eleições municipais realizam-se em 20 de novembro deste ano mas a Renamo não vai participar no ato e ameaçou mesmo boicotá-lo, por divergir da forma como foram criados e constituídos os órgãos eleitorais no país.
DEYM // MLL
Lusa – 20.09.2013