A desnutrição crónica afecta quarenta e cinco por cento dos mais de quatro milhões e quinhentos mil habitantes da província da Zambézia, segundo deu a conhecer há dias, em Quelimane, a directora provincial da Mulher e Acção Social, Juliana Zilhão.
No encontro de capacitação dos técnicos do sector que dirige, acrescentou que os níveis de subnutrição são extremamente altos e injustificáveis, visto que a província é uma das maiores produtoras agrícolas no país.
Os volumes de produção agrícola alimentar e de rendimento têm vindo a crescer de campanha para campanha. Por exemplo, dados do sector da Agricultura indicam que, só na primeira época desta safra, a província da Zambézia alcançou uma produção de mais de cinco milhões de toneladas, com particular destaque de produtos alimentares.
No entanto, a situação nutricional continua cada vez mais complicada, o que afecta o crescimento são das crianças e o desenvolvimento das suas competências intelectuais no domínio escolar.
Juliana Zilhão afirmou, na ocasião, que aqueles dados chamam atenção para os diferentes sectores e intervenientes na componente nutricional da população para a necessidade de aprimorarem, cada vez mais, a sua intervenção comunitária para reduzir os índices de subnutrição. Explicou que a população tem comida, tem aves, animais de pequena espécie mas, como os alimentos devem ser combinados para assegurar uma dieta mais saudável é o que actualmente pode estar a falhar.
Aquela responsável observou que os técnicos da instituição que dirige têm estado a desenvolver as suas actividades no meio comunitário e, por isso, devem estar municiados de técnicas para poderem identificar casos de subnutrição e dar o seu acompanhamento. Afirmou que a má nutrição afecta muitas crianças e idosos sendo que, muitas vezes, está associada ao HIV/SIDA.
Dados divulgados no seminário indicam que, em Moçambique, duas em cada cinco crianças menores de cinco anos de idade não conseguem desenvolver por completo devido a problema da desnutrição crónica. Este facto leva a que as crianças tenham um fraco rendimento escolar e não sejam bem sucedidas na vida adulta.
Juliana Zilhão afirmou que o executivo está preocupado com a infância, desde a gravidez da mulher, o processo de gestão, nascimento e crescimento harmonioso das crianças.
Para a nossa fonte, todas essas etapas são importantes para uma infância sã, pelo que, a mulher deve cumprir com as orientações médicas e alimentares. Zilhão disse ainda que a educação da mulher é uma outra arma fundamental para resolver o problema, visto que, uma mulher educada tem mais possibilidade de escolher o melhor momento para conceber, cuidar de si e do bebé, os espaçamentos entre os nascimentos e a escolher e preparar os alimentos.
Durante os debates, foram abordadas várias questões que têm a ver com as técnicas de escuta e aprendizagem, nutrição básica, práticas de saúde, nutrição e HIV/SIDA, entre outros temas de interesse público que visam elevar a consciência dos cidadãos.
Entretanto, a direcção provincial da Mulher Acção Social está a assistir seis mil pessoas integradas no programa de subsídio alimentar. Trata-se de idosos, mulheres chefes de agregados de famílias e outras pessoas vulneráveis.
JOCAS ACHAR
NOTÍCIAS – 20.09.2013