PRESIDENTE da República, Armando Guebuza, disse ontem que o Governo está preocupado com o actual paradeiro do líder da Renamo, Afonso Dhlakama.
Falando à Imprensa no distrito de Chemba, no término da sua
visita de trabalho à província de Sofala, o Chefe do Estado, que durante o
encontro com os jornalistas voltou a insistir nos apelos sobre a necessidade da
promoção da paz, sublinhou que “qualquer ausência de um cidadão nos seus locais
habituais, sobretudo quando se encontra em lugares incertos, preocupa qualquer
membro do Governo e preocupará mais ainda quando se trata do líder da Renamo,
Afonso Dhlakama”.
Dhlakama continua em parte incerta desde que o seu aquartelamento de Satungira
foi tomado segunda-feira pelas Forças de Defesa e Segurança.
Sobre o medo que paira no seio da população, receando o retorno à guerra devido
à ausência do líder da Renamo, o Presidente da República apelou à calma e
aconselhou ao povo a retomar à sua vida normal com a “convicção de que tudo vai
correr bem, porque o povo está em todo o lado e ele (Dhlakama) não pode estar
em todo o lado”.
Questionado sobre se depois deste ambiente de tensão continuaria aberto ao diálogo, Guebuza reiterou que o Executivo está aberto ao diálogo, destacando que “apesar daquilo que aconteceu, o Governo acredita que o diálogo é a resposta mais adequada para estes problemas”.
O estadista considerou em seguida que a tomada de Satungira foi um caminho certo, porque se defendeu os interesses do povo. Acrescentou a este respeito que a certeza está no facto de que o tal exercício visa defender os 23 milhões de moçambicanos e ao mesmo tempo defender o desenvolvimento do país.
“Estamos correctos, porque Moçambique está a se desenvolver. Temos que estar correctos que qualquer solução de problemas não pode pôr em causa a nossa Constituição”, disse, comentando sobre algumas correntes de opinião que condenam ao Governo por ter optado por uma solução armada.
Para o Chefe do Estado, o Governo, neste caso as Forças de Defesa e Segurança, quando atacadas não podem cruzar os braços, se cruzam os braços, como indivíduos, correm mais perigo e, pior do que isso, quando é uma nação que não pode ficar desgovernada. “Não haverá nenhuma autoridade, por conseguinte, alguns daqueles que defendem que quando as forças forem atacadas deviam não reagir a esses ataques, de facto, não estão interessados numa ordem constitucional sólida no país”.
Neste mesmo capítulo, disse que algumas das vozes que
se manifestam contra a acção do Governo em Satungira não se pronunciam e nem
lamentam quando há ataques à nossa população, nem lamentam quando há ataques à
nossa Polícia, nem lamentam quando há raptos à população civil, mas quando o
Governo responde sentem-se mal.
No comício popular realizado na localidade de Catulene, posto administrativo de
Chiramba, no distrito de Chemba, a população, que acorreu em massa ao encontro,
pediu a paz, tendo o Presidente reiterado estar aberto ao diálogo e que o
Governo continuaria a promover o bem-estar do povo.
Rodrigues Luís
NOTÍCIAS – 25.10.2013