O membro do Conselho de Estado, António Muchanga denunciou à Lusa a ocorrência de um eventual ataque, hoje, à Serra da Gorongosa, onde provavelmente se encontra o líder do principal partido da oposição, Afonso Dhlakama.
"O dia de hoje pode ser de banho (de sangue), porque temos conhecimento de que todos os militares que estavam com o Presidente na Presidência Aberta vão para uma batalha final. Foi a decisão que o Presidente da República tomou ontem no fim da sua visita a Manica", disse António Muchanga.
O membro do Conselho de Estado indicado pela Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), oposição, falava à Lusa à margem da "manifestação contra o Governo" pela "guerra não declarada e os raptos" que assolam diversas regiões.
"Neste momento, há muita gente a dirigir-se à zona de Santunjira, Gorongosa e Maringué para combater os guerrilheiros da Renamo. Portanto, o discurso de que o que se pretende são as negociações não está a corresponder a verdade", indicou António Muchanga.
Na quarta-feira, o Presidente afirmou que os confrontos violentos com os antigos rebeldes não implicam um regresso à guerra civil, reiterando que o país permanece uma aposta segura para os investidores.
"Eu não penso, e este é um forte ‘não', que estejamos de regresso à guerra", disse Armando Guebuza, numa entrevista à agência AFP, quando Moçambique vive a pior tensão política e militar desde o fim da guerra civil de 16 anos, em 1992.
Lusa – 31.10.2013