Afonso Dhlakama, líder do principal partido da oposição, a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), está em paradeiro desconhecido, após ter sido obrigado, na segunda-feira, a abandonar o acampamento em que vivia, há mais de um ano, na província de Sofala, centro, por uma ofensiva do exército.
Descrito como estando em fuga pela generalidade da imprensa, Afonso Dhlakama não tem "à perna" um mandado judicial conhecido e o ministro da Defesa, Filipe Nyusi, esquivou-se a responder a perguntas dos jornalistas sobre o objectivo do Governo em relação ao "foragido".
"O exército vai continuar a trabalhar", afirmou Filipe Nyusi, não se alongando sobre o tema da perseguição ou não a Afonso Dhlakama, após visitar as unidades das forças de defesa e segurança envolvidas no assalto a Santunjira.
A Procuradoria-Geral da República não se pronunciou sobre o estatuto judicial de Afonso Dhlakama, apesar de o Governo justificar a sua acção em Santunjira com a necessidade de repor a lei e a ordem públicas, supostamente postas em causa por ataques de homens às ordens do líder da Renamo.
Por outro lado, a bancada da Renamo na Assembleia da República, com 51 assentos, continua a desenvolver o seu trabalho parlamentar, tendo participado nas sessões de quarta-feira e de hoje.
"O partido e os seus órgãos continuam a funcionar normalmente e o líder está de boa saúde", disse hoje à Lusa o porta-voz da Renamo, Fernando Mazanga, sobre Afonso Dhlakama.
Lusa – 24.10.2013