O governo brasileiro manifestou hoje preocupação com a tensão militar que se vive em Moçambique, defendendo o diálogo entre o governo e a Resistência Nacional de Moçambique (Renamo), principal partido da oposição.
Moçambique vive uma situação de grave tensão, depois de o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, alguns colaboradores e a sua guarda pessoal terem sido obrigados a fugir da sua base em Sadjunjira, centro do país, na sequência de um ataque ao local conduzido pelo exército.
Em nota de imprensa enviada pela embaixada do Brasil em Maputo, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro diz que acompanha com preocupação a situação em Moçambique, exortando as partes em contenda para enveredarem pelo diálogo.
"O Governo brasileiro acompanha com preocupação os incidentes ocorridos nos últimos dias na região de Gorongosa, província de Sofala, entre as forças de defesa de Moçambique e a Renamo", afirma o comunicado.
"O Brasil acredita que a busca de soluções para as divergências entre as partes deve perseverar no caminho do diálogo e da negociação, em quadro de fortalecimento do estado de direito, das instituições democráticas e da estabilidade", lê-se ainda na nota do Ministério das Relações Exteriores.
A zona de incidência dos confrontos entre o exército moçambicano e a Renamo é atravessada pela linha férrea que escoa o carvão explorado pela brasileira Vale e outras multinacionais do setor mineiro que extraem carvão em Moatize, província de Tete, centro de Moçambique.
Vários países e organizações internacionais já manifestaram preocupação com a situação política e militar no país, apelando às lideranças nacionais para encetarem um diálogo conducente à normalização do clima político.
PMA // APN
Lusa – 23.10.2013