"Nenhum problema pode ser resolvido pelo mesmo padrão
de raciocínio que o criou"
Einstein
Ericino de Salema
Muitos compatriotas têm estado a defender, em claro exercício do constitucional
direito à razão (que engloba a liberdade de expressão, a liberdade de
pensamento, etc.), que não deve ser aqui confundido com o direito a ter razão,
que o que aconteceu ontem em Satungira é prova inequínoca de que Armando Guebuza,
Comanmdante-Chefe das Forças de Defesa e Segurança (FDS), pretende guerra.
Também em exercício do direito à razão, eu acho que o que ontem sucedeu é prova
mais do que evidente de que os moçambicanos não querem guerra!
Os que, eventualmente, prefiram guerra ao diálogo ordenaram às FDS a atacar
Satungira, qual quartel-general – ou antigo…? – de Afonso Dhlakama, pelo que
tudo indica para se proceder à liquidação do líder da Renamo. Só que as
hierarquias político-militares esqueceram-se de que tanto dum como doutro lado
perfilam almas, perfilam vidas, muitas delas ligadas por um ou vários laços de
parentescco (por afinidade, por consanguinidade e ou mesmo por vizinhança).
Os mesmos que receberam ordem para o efeito trataram de informar a “vítima”,
tendo-a explicado, até onde nos consta, da missão que tinham recebido e do tipo
de armamento que para o efeito tinham; tendo avaliado a situação, Dhlakama,
general experimentado que é, viu que estaria numa situação de excessiva desproporcionalidade,
pelo que ele e os seus abandonaram Satungira antes do dia e hora do ataque.
Próprio de quem leu e aplicou a doutrina militar de Sun Tzu por mais de 16
anos!
Dito de outra forma: Guebuza, o ilustre (?) Comandante-Chefe das FDS, foi traido.