O ministro da Defesa de Moçambique
justificou hoje o ataque do exército à base da Renamo com a necessidade de
"desactivar núcleos do terrorismo" no país, apontando que o
acampamento poderá ser transformado em quartel militar.
O líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), o principal partido da oposição, Afonso Dhlakama, alguns dos seus colaboradores mais próximos e a sua guarda pessoal fugiram na segunda-feira do seu acampamento em Santungira, província de Sofala, centro do país, para lugar incerto, devido a um ataque do exército.
Em declarações aos jornalistas após visitar a base, ainda ocupada por membros das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), Filipe Nyusi afirmou que a incursão era necessária para desactivar um "núcleo do terrorismo" interno.
"A perseguição (aos homens armados da Renamo) era necessária para desactivar este núcleo do terrorismo e vai continuar para manter a estabilidade no país", disse Filipe Nyusi, falando no local.
O dirigente adiantou ainda que a base poderá ser transformada num quartel do exército moçambicano, para impedir que seja reocupada por guerrilheiros do principal partido da oposição.
Questionado pelos jornalistas sobre o objetivo do exército em relação a Afonso Dhlakama, cujo paradeiro é desconhecido, o ministro moçambicano da Defesa recusou responder à pergunta, garantindo apenas que "o exército vai continuar a trabalhar".
Na base da qual Afonso Dhlakama foi desalojado, viam-se móveis partidos e o acampamento continua com uma forte presença da força das FADM e membros da Força de Intervenção Rápida, a unidade antimotim da polícia.
Lusa – 23.10.2013