Incrivelmente alguns políticos moçambicanos ainda se julgam senhores da vida e da morte. Seus esforços por impor soluções musculadas encobertas de legalidade e de responsabilidade não passam despercebidos aos cidadãos.
De maneira clara e irrefutável tem sido dito por diversos quadrantes que “QUEREMOS A PAZ”.
Fica realmente difícil compreender as razões de tanta teimosia por parte de quem discute o mesmo assunto há já meses e não chega a conclusão alguma.
É inaceitável que um grupo restrito de pessoas coloque a vida de milhões em jogo qualquer que seja a justificação encontrada ou exibida.
Ensaiam-se a olhos vistos alguns retrocessos deconcepção ou de fazer política.
Quando alguém tem razão no que diz não é poupado e logo se vêbombardeado dos mais pejorativos nomes.
Já não desplante algum em enveredar por pronunciamentos eivados de racismo e de descriminação étnica.
Não se poupam nem mesmo os camaradas do passado.
Num populismo perigoso quer dar-se a entender que os outros estão contra o desenvolvimento alcançado quando na verdade de desenvolvimento a maioria dos moçambicanos sentem muito pouco.
Colunas militares, comboios escoltados, camiões de mercadoria com segurança armada na carroçaria, grades visíveis e invisíveis demonstram que há pouca paz e tranquilidade no país.
Chegou-se a um momento crítico que tem o potencial de desequilibrar a balança da estabilidade emergulhar o país numa guerra fratricida.
Não queremos ser transformados numa República Centro Africana ou Mali em que aterram exércitos estrangeiros supostamente envolvidos em operações de manutenção da paz.
Não queremos nenhum contingente de “capacetes azuis da ONU” estacionado em nossas cidades e vilas.
Na sua última passagem por este país deixaram costumes estranhos que ainda se manifestam no tecido social e cultural.
Os moçambicanos já conseguem ver que não é a ideologia que os separa. Existem sinais preocupantes de que osrecursos naturais, nomeadamente os minerais e marinhos estão atirando os moçambicanos uns contra os outros.
De uma maneira vergonhosa políticos que reuniam algum crédito estão se “espalhando” a olhos vistos por causa de uma ganância absurda.
Por favor políticos, este Moçambique pode ser vivido e compartilhado.
Não queremos vencedores de duelos ilógicos e pueris.
Não queremos justificações para a falta de consenso.
Numa altura em que se agudizam contradições que não resistem a uma análise fria, em que todos dizem que estão do lado da razão importa clarificar algumas coisas.
O único que tem razão é o povo moçambicano que quer uma paz e desenvolvimento democrático que não sejam comprometidos pela cobiça de políticos que se julgam únicos e insubstituíveis.
Tenham um pouco mais de paciênciana abordagem do conflito, o povo moçambicano está viver na incerteza e já não aguenta mais.
O AUTARCA – 21.10.2013