Oito homens armados da Renamo que se encontravam refugiados nas montanhas de Naphome, distrito de Rapale, em Nampula, encontram-se detidos nas celas do Comando Provincial da Polícia da República de Moçambique depois terem sido capturados na sequência das perseguições encetadas pelas forças de defesa e segurança.
Destes, apenas um, identificado pelo nome de Agasten Vasco, casado e pai de seis filhos, natural de Caia, província de Sofala, é que fazia parte da segurança pessoal do líder da Renamo, na sua residência oficial na cidade de Nampula, que confessou ter-se refugiado ao local na companhia de outros colegas seus, em número de 18, que actualmente se encontram em parte incerta.
“Confesso que mentimos ao régulo de Naphome quando chegámos para nos apresentar. Alegámos que estávamos na região para explorar pedras preciosas. Foi a única forma de evitar certas desconfianças junto das comunidades. Levávamos alguns produtos alimentares pelo menos para assegurar o período em que permaneceríamos no local, e nunca nos envolvemos em algum acto que pudesse atentar contra a ordem e tranquilidade da população local”, disse a fonte.
Valentim António, antigo guerrilheiro da Renamo, natural e residente em Namapa, província de Nampula, que também está a contas com a polícia, disse que teria-se refugiado nas matas de Naphome, na companhia de outros colegas depois de terem informações segundos as quais as forças governamentais tinham o plano de fuzilar clandestinamente todos os ex-soldados da Renamo que se encontram naquele ponto do país.
“Fomos convocados a participar numa reunião no posto administrativo de Natikiri que estava agendada para Domingo (27), chagados ao local, nao encontrámos ninguém, e um dos colegas disse-nos que tínhamos que partir para as matas porque o clima não era bom, e seguimos a Naphome. Volvidos dois dias achámos melhor entregar-nos à polícia”, disse a fonte.
Queremos repor a ordem Por seu turno, Miguel Bartolomeu, porta-voz da PRM em Nampula, disse que a captura destes homens, que ocorreu na última terça-feira (29) em Naphome, tinha em vista repor a ordem e tranquilidade na região, devido aos rumores que davam conta de um eventual retorno à guerra no país.
Aliás, Bartolomeu confirmou igualmente que o assalto a um camião, que depois foi incendiado, o que resultou na morte de uma pessoa na noite da mesma terça-feira em Mutivaze, foi protagonizado por homens armados da Renamo que se encontravam refugiados nas matas de Naphome.
O nosso interlocutor frisou igualmente que devido à insegurança que se vive na região e na província de Nampula, sobretudo nos distritos onde a Renamo tinha instalado as suas bases, nomeadamente Namahia no distrito de Muecate, Chinga em Murrupula, Namaketho em Mossuril, Mogincual entre outros, foram accionados contingentes militares para controlar a situação. “ apelamos aos automobilistas para evitarem andar de noite, porque todo o cuidado é pouco”, disse Bartolomeu.
@VERDADE – 31.10.2013