O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, reiterou hoje, na
cidade da Beira, Centro do país, o seu repúdio e condenação aos ataques dos
homens armados da Renamo que, ainda hoje, resultaram na morte de uma pessoa e
ferimentos a outras dez.
Quatro dos feridos, incluindo duas crianças, estão em estado grave.
O ataque, que ocorreu entre o Rio Save, limite natural entre o Sul e o Centro
de Moçambique, e o posto administrativo de Muxúngue, no distrito de Chibabava,
na província central de Sofala, teve como alvo um minibus de transporte
semicolectivo de passageiros, que se deslocava de Machanga, também em Sofala,
para a cidade da Beira, a capital provincial.
Para além do minibus, posteriormente saqueado e incendiado pelos homens armados
da Renamo, o ataque atingiu outras duas viaturas, também civis.
ESTRANHO QUE NÃO SE CONDENE ATAQUES DA RENAMO
O Porta-voz do estadista moçambicano, Edson Macuácua, disse hoje a jornalistas, na cidade da Beira, ser estranho e preocupante que quando acontecem ataques da Renamo contra todo o tipo de alvos, incluindo contra crianças, alguns membros da sociedade civil fiquem em silêncio.
Segundo Macuácua, e igualmente estranho que quando as forças de defesa e segurança reagem a estes ataques apareçam discursos inflamatórios de condenação.
Com efeito, indicou Macuácua, as forças de defesa e segurança tem legitimidade para defender a soberania e a todos os cidadãos moçambicanos sempre que forem atacados.
Qual é a agenda desses organismos?, questionou o porta-voz, admitindo a possibilidade de tais correntes defenderem interesses inconfessáveis.
Mesmo assim, Macuácua garantiu que, face a esta escalada de ataques, as forças de defesa e segurança continuarão com a sua nobre missão, respondendo com a melhor e mais eficaz actuação.
Quanto as vozes que advogam ser inconstitucional a intervenção do exército contra as acções da Renamo, no lugar de ser a polícia, Macuácua clarificou que esta intervenção tem amparo e cobertura constitucional.
O contrário seria uma inconstitucionalidade, disse ele, acrescentando que o exército está a cumprir com o consagrado nos artigos 265 e 266 da Constituição da Republica.
Macuácua garantiu que apesar destes ataques, o estadista moçambicano continua aberto ao diálogo e reitera o seu convite ao dirigente da Renamo, ora em parte incerta, para abandonar os ataques e a dialogar com o governo legalmente instituído. A única solução de qualquer diferença e o diálogo, afirmou Macuácua.
mz
AIM – 26.10.2013