FDS fracassam e recuam
Uma força combinada das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) e da Força de Intervenção Rápida (FIR) foi obrigada a recuar depois de fracassar a sua tentativa de tomar uma famosa base da Renamo em Sitatonga, na província de Manica, Centro de Moçambique.
“Soubemos dos ataques e temos informação de que houve baixas em ambos os lados. Já foi enviada uma equipa de socorro para retirar os feridos. O hospital está em prontidão neste momento para receber as vítimas”, disse Pedro Vidamão, director do Hospital Rural de Muxúnguè.
Contudo, as forças governamentais não conseguiram ocupar a base, pela pronta resposta dos homen armados em Sitatonga, uma “temida” base da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), que tem estado a reagrupar os seus homens, segundo fonte militar.
A base de Sitatonga tornouse célebre durante a guerra dos 16 anos em virtude dos sangrentos combates ali travados envolvendo guerrilheiros da Renamo e forças do Governo, apoiadas por militares de diversas nacionalidades.
Ainda esta terça-feira homens armados atacaram a escolta militar de viaturas no troço Save-Muxúnguè, tendo provocado “vários” feridos, que foram transportados para o Hospital Rural de Muxúnguè, ainda de acordo com aquela fonte médica.
Este foi o terceiro ataque intercalado em cinco dias naquela região, depois de investidas a 29 e 27 de Outubro, que r esultaram numa morte e 15 feridos, dos quais quatro graves, incluindo o comandante da escolta.
Curiosamente...
Nota curiosa é que no meio deste tiroteio todo, basicamente em perseguição a Dhlakama, o Presidente da República, Armando Guebuza, continua em público a manifestar a sua “disponibilidade” para “se encontrar” com o líder da Renamo.
A mais recente manifestação desta “disponibilidade” do Chefe de Estado foi expressa esta terça-feira em Chimoio,capital da província de Manica.
“Apesar da situação de Sadjundjira, estou pronto para receber o senhor Afonso Dhlakama para dialogar.
As nossas delegações política e militar continuam prontas para acertos do nosso encontro”, disse Armando Guebuza, num comício no bairro da Soalpo, bastião da Renamo, em resposta aos apelos populares para um diálogo franco “GuebuzaDhlakama”.
O Governo e a Renamo têm mantido negociações inconclusivas, mas as últimas duas rondas foram boicotadas pela Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), que exige a presença de observadores nacionais e internacionais.
“Nas últimas duas rondas a Renamo não se fez presente no diálogo, com a delegação política e/ou militar, que prepara o meu encontro com o senhor Afonso Dhlakama”, referiu Armando Guebuza, insistindo que a Renamo tornou-se “inconstitucional” por abandonar os canais próprios para reclamar as suas preocupações.
CORREIO DA MANHÃ – 31.10.2013