Um grupo de turistas suecos voltou a apanhar o susto da guerra que teve há mais de 30 anos no Parque Nacional de Gorongosa, em Sofala, centro, palco de confrontos entre o exército e os guerrilheiros da Renamo.
Moçambique vive a sua pior crise política e militar desde a assinatura do Acordo Geral de Paz em 1992, na sequência de confrontos entre o exército e homens armados da Resistência Nacional de Moçambique (Renamo), principal partido da oposição, devido a divergências em torno da lei eleitoral.
Em declarações à Lusa, Goran Jacobsson, parte de um grupo de nove turistas suecos que estão de visita a Gorongosa, afirmou que tomou conhecimento da tensão militar já em Moçambique, situação que lhe fez reviver o episódio dramático da morte de um amigo no país, na altura assolado por uma guerra civil que durou 16 anos e terminou em 1992.
"Há 30 anos,aqui mesmo na Gorongosa, tive um trauma, perdi um amigo português, e hoje voltei a encarrar o susto. Temos pesquisado diariamente pela internet atráves dos jorrnais a evolução da tensão, para conseguir dar o passo seguinte da expedição que estamos a realizar. Sabemos do ataque de sábado a um autocarro, e espero que a Renamo e o governo se entendam no diálogo" disse Goran Jacobsson.
Os nove suecos de visita a Gorongosa, parte dos quais viveu em Moçambique durante a guerra civil (1976-1992), afirmaram que lembram "com tristeza" o retorno da tensão político-militar no país, depois de 21 anos de paz e reconstrução.
"Este parque da Gorongosa teve a sua fauna e bravia dizimadas pela guerra num momento muito difícil e perigoso, e agora dá graça visitar pela quantidade de animais que se podem observar. Voltar a destruir isto seria um recuo muito pior", precisou Goran Jacobsson, o porta-voz do grupo, que apelou para uma solução pacífica do conflito.
Lusa – 29.10.2013