A esposa do proprietário da fábrica de GELO DOCE, situada na
capital moçambicana, Maputo, escapou, sábado, do cativeiro depois de ter sido
autorizada a ir tomar banho, dando numa casa vizinha, no bairro Bunhiça, Posto
Administrativo da Machava, no município da Matola, província de Maputo.
Para o efeito, a vítima escalou o muro da residência onde se encontrava refém
desde a quinta-feira da semana passada.
Segundo a edição de hoje do jornal Notícias, as autoridades policiais explicam
que a vítima, cujo nome foi ocultado por motivo de segurança, foi ajudada pelos
proprietários da casa vizinha a identificar a unidade policial mais próxima e
denunciar os seus raptores.
A fuga permitiu às autoridades policiais identificar e deter parte dos membros
do grupo dos raptores, nomeadamente as pessoas que eram vigilantes na casa que
servia como cativeiro, lê-se no matutino Notícias, tendo avançado que a Polícia
moçambicana (PRM) deslocou-se ao local, mas quando lá chegaram os raptores
tinham desaparecido abandonando duas metralhadoras do tipo AKM e as respectivas
munições.
No local, a PRM deteve dois jovens e uma mulher identificados pelos nomes de I. Ngomane, 28 anos de idade, J. Fumo, 24 anos e J. Chongo, 53 anos. Estes, segundo a fonte, estavam encarregues de garantir a segurança da vítima.
Contudo, os três suspeitos negam o seu envolvimento na onda de raptos que nos últimos tempos aflige a cidade e província de Maputo, afirmando apenas que tinham sido usados e não sabiam e que nunca chegaram a ver a vítima.
Não sabia do que se tratava. A minha ex-namorada pediu que a ajudasse a arranjar uma casa e como sabia que o meu amigo tinha uma, eu facilitei o contacto entre os dois e o que aconteceu daí para a frente não sei, disse I. Ngomane.
Por sua vez, J. Fumo confirmou as declarações de Ngomane, tendo acrescentado que também não imaginava que estaria a ceder a casa para servir de cativeiro. Disse ainda que não desconfiou de nada porque os inquilinos adiantaram o pagamento de uma soma no valor de sete mil meticais (cerca de 230 dólares ao câmbio corrente) referentes a um período de dois meses. Ademais, nunca se apercebeu de movimentações estranhas nos arredores.
A mãe da antiga namorada de J. Chongo disse que jamais imaginou que a filha pudesse envolver-se em casos de sequestros e que esta saíra de casa na noite de sábado da última semana, alegadamente para a África do Sul, com o objectivo de visitar familiares.
Entretanto, o director da Ordem no Comando-Geral da PRM, Xavier Tocoli, disse que os três indivíduos fazem parte de uma quadrilha responsável por alguns casos de rapto.
A vítima do caso vertente foi raptada na última quinta-feira por dois indivíduos armados quando acabava de chegar ao seu local de trabalho, caso reportado pela AIM.
Acácio Chirrinzane (AC)/SG
AIM – 28.10.2013