À LA RECHERCHE DU TEMPS PERDU
Por Eugénio Lisboa
“Lourenço Marques ficou sendo, para sempre, a minha capital da memória. O termo deu-mo a Maria de Lourdes Cortez, que o pilhou, por sua vez, ao Lawrence Durrell.
Era uma cidadezinha muito bela e ajardinada, onde tudo ficava à mão, para efeitos de convívio, amizade e amor. Crescia-se ali como no paraíso.
Para os pouco abastados, como eu, uma parte da vida (a casa) ficava num extremo da 24 de Julho (a avenida mais comprida lá do burgo), e a outra parte (o liceu) quase no outro extremo, a desembocar na “rampa” que se atirava por ali abaixo até ao Pavilhão da Praia. Mesmo, mesmo no extremo, logo a seguir ao liceu, ficava um caramanchão e a casa do Reis Costa.