Recorrendo a contagem paralela o “galo” não concorda com os números dos órgãos eleitorais
- Além dos resultados como tal, o “galo” denuncia aquilo que considera “irregularidades graves” que aconteceram durante o dia da votação
- Um factor que o partido liderado por Daviz Simango considera como “muito estranho” é o facto de os órgãos eleitorais na cidade da Beira estarem a pedir emprestado editais ao MDM para concluir o processo de apuramento
O Movimento Democrático de Moçambique (MDM), prestes a ser declarado como maior partido da oposição ao nível das 53 cidades e vilas autárquicas, está a preparar e deverá, nos próximos dias, remeter um expediente protestando contra os resultados eleitorais que estão a ser divulgados pelos órgãos eleitorais depois da votação daúltima quarta-feira.
O protesto, soubemos, não é só contra os resultados em si, mas sim, contra o que o partido do galo considera “uma série de irregularidades” que companharam o processo no dia da votação.
De acordo com Sande Carmona, porta voz naional do MDM, esta formação política vai ecorrer em 10 municípios que entende ter ocorrido maior parte das irregularidades, incluindo os números finais que tem estado a ser divulgados pelos órgãos eleitorais.
Até pode ser que a reclamação, nalguns municípios, não leve a vitória do MDM e dos seus candidatos, mas vai aproximaros números que neste momento são considerados, por este partido, irreais.
Concretamente, apontou Sande Carmona, os 10 municípios que merecerão protesto são: Maputo-Cidade, Matola, Beira, Chimoio, Marromeu, Gorongosa, Quelimane, Mocuba, Gurue e Milange.
Para o caso da Beira e Quelimane, é verdade que o MDM e os seus candidatos tem a vitória assegurada, mas os números e outras irregularidades não agradam este partido.
Aliás, uma situação tida como bastante estranha na Beira é o facto de os órgãos eleitorais naquela que é a segunda maior cidade moçambicana, estarem a pedir emprestado, ao MDM, alguns editais que os órgãos eleitorais dizem não ter. Ou seja, estão a pedir que o MDM lhes faculte, em forma de empréstimo, um total de11 editais referentes ao apuramento parcial nalguns postos de votação. Ao níveldo STAE e da Comissão de Eleições da Cidade ninguém sabe dizer como é que desapareceram os referidos editais.
Portanto, querem que o MDM faculte os seus, obtidos através dos seus delegados de mesa.
Para o caso de Chimoio, Gorongosa, Mocuba, Milange e Gurue, o MDM não concorda efectivamente com os resultados, na medida em que a sua contagem paralela dá vitória ao partido e seus candidatos.
Efectivamente, nestes municípios, particularmente os três da Zambézia, a margem da vitória da Frelimo e seus candidatos é demasiadamente apertada.
Aliás, o caso de Guruè deverá mesmo ser decido na Comissão Nacional de Eleições, em Maputo, visto que a diferençaé de apenas 1 voto a favor do candidato da Frelimo.
Já para Maputo e Matola, o MDM entende que, apesar de não poder sagrar-se vencedor, os números que têm estado a ser apresentados, indicam votos em falta para o MDM e seus candidatos, tudo com base na contagem paralela.
“Os órgãos eleitorais devem nos provar com A + B onde encontraram os números que tem estado a divulgar” – disseSande Carmona.(F.Mbanze)
MEDIAFAX – 25.11.2013